Os servidores estão revoltados com as condições de trabalho oferecidas pela administração.

Os servidores da Prefeitura que foram deslocados para a realização da limpeza da Lagoa Grande nesta terça-feira (29) estão revoltados com a falta de condições de trabalho oferecidas pela administração. Sem equipamentos de proteção adequados, eles dizem que sofreram ameaças de corte de ponto e ainda não tiveram qualquer preparação para o trabalho. O Sindicato dos Servidores vai fazer uma representação no Ministério Público.

O Servidor José Wilson, que geralmente trabalha tapando buracos das ruas da cidade, é um dos que está revoltado com a precariedade na maneira de fazer a limpeza. Ele disse que só esteve ali, porque foi obrigado. “Mandou a gente tem que fazer”, disse. Mas de forma alguma era o que queria. Além da falta de equipamentos de proteção, ele ainda falou que o trabalho não poderia ser braçal da forma que vem sendo feito.

Ele ainda está com medo de contrair alguma doença. Segundo José Wilson, teve a notícia de que há “pó de mico” na água. Outro receio é com a questão da contaminação. Ele ressaltou que não há qualquer estudo sobre a água e há riscos para a saúde. A maioria dos servidores estava trabalhando sem luvas. Alguns estavam com água até na cintura. “Se não descer da canoa, o mato não é arrancado”, afirmou um dos servidores.

Outro servidor que está indignado com o trabalho é o servidor Dorvalino de Jesus. Ele confirmou que foi ele quem acionou o Sindicato dos Servidores. Segundo ele, que também trabalha com tapa buracos, não teve qualquer preparo para a realização da limpeza e que precisa de equipamentos de proteção individual. Dorvalino também está com medo de contrair alguma infecção.  “Se não tiver condições de oferecer preparo, pode fechar a Prefeitura”, afirmou. Os servidores disseram que houve ameaça de corte de ponto.

O advogado do Sintrasp, Wellington Gomes Rosa da Costa, juntamente com membros da diretoria estiveram na lagoa para avaliar a situação. Eles fizeram fotos do local e vão fazer uma representação no Ministério Público contra a administração municipal. Além da falta de equipamentos de proteção, eles argumentam que o trabalho não poderia ser braçal da forma que está sendo feito. “Quando terminar em uma parte, o mato já cresceu em outra”, afirmaram.

O Sindicato dos Servidores acionou a Polícia Militar e uma ocorrência foi registrada. Onze servidores foram designados para o serviço de limpeza do matagal que cobre grande parte da Lagoa Grande. Eles estão usando duas canoas, onde está sendo depositado o mato arrancado com a mão. O Secretário de planejamento, Virgílio Borges, esteve no local, mas preferiu não dar entrevista, porque a responsabilidade seria do secretário de infraestrutura. Após a imprensa deixar o local, moradores registraram a presença do Prefeito Pedro Lucas na lagoa e enviaram as fotos através do Whatsapp do Patos Hoje.

Autor: Farley Rocha