Pedaços de móveis e eletrodomésticos sem a menor utilidade e que eram guardados como se fossem novos foram levados para o aterro sanitário.
A casa no centro de Patos de Minas onde um adolescente de 14 anos vivia no meio do lixo voltou a ser o centro das atenções na manhã desta quarta-feira (07). Com a garantia de segurança da Polícia Militar, equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e do Programa Municipal de Combate a dengue fizeram um mutirão para limpar o lugar.

O caso do garoto que vivia em situação de abandono em uma casa tomada pelo lixo foi denunciado por vizinhos. Preocupados com a saúde do garoto, eles acionaram a imprensa e aceleraram um processo na Justiça para o tratamento da família. O adolescente e os familiares sofrem da doença conhecida como Síndrome de Diógenes e acumulam o lixo.

Pessoas que tiveram acesso ao interior da residência registraram a situação de abandono. Em alguns pontos da casa, o lixo acumulado passava de 1,5m de altura. O vaso estava entupido as necessidades fisiológicas eram feitas em latas. Restos de comida e alimentos vencidos estavam por toda parte. O mau cheiro tomava conta do imóvel.

Dois caminhões da Prefeitura foram usados para retirar o lixo que estava acumulado no interior da casa. O trabalho foi acompanhado por técnicos da Vigilância Sanitária e por conselheiros tutelares. As fitas de vídeo e brinquedos do adolescente foram preservados, mas uma montanha de lixo foi retirada. Pedaços de móveis e eletrodomésticos sem a menor utilidade e que eram guardados como se fossem novos foram levados para o aterro sanitário.

A mãe do garoto chegou no meio da limpeza e reclamou que estavam levando suas coisas. A mulher também sofre com a Síndrome de Diógenes e necessita de acompanhamento. Depois de muito diálogo, ela permitiu que o lixo continuasse sendo retirado, mas de acordo com Ivanildo Alves Zica, diretor de limpeza urbana, muita coisa ainda ficou para trás.

O Ministério Público ajuizou uma ação pedindo a internação do adolescente. A intenção é levá-lo para um Hospital especializado nesse tipo de doença. Os cuidados podem fazer com que o garoto leve uma vida normal. Ele não frequentava mais a escola, mas de acordo com as conselheiras tutelares que acompanham o caso, as notas dele são acima de 70 e ele só não poderá passar para a próxima serie por causa da frequência.

Autor: Maurício Rocha