Os parentes e amigos dos acusados reclamavam de uma suposta injustiça que foi cometida com a prisão dos rapazes.
A audiência de um dos acusados pela morte de Onorivaldo José Pinto, de 55 anos, no distrito de Major Porto movimentou o Fórum de Patos de Minas na tarde dessa quinta-feira (18). Os parentes da vítima clamavam por justiça e os parentes e amigos dos acusados reclamavam de uma suposta injustiça que foi cometida com a prisão dos rapazes. Eles negam qualquer envolvimento com o crime.

O crime aconteceu no dia 16 de outubro de 2012. Vado, como era chamado, foi encontrado morto, deitado no sofá da sala, por uma criança. No início todos pensaram se tratar de morte natural. A casa foi limpa e arrumada. Mas ao analisarem os cômodos, os peritos encontraram, dentro de uma caixa, o cofre arrombado. Depois ficou constatado, que Onorivaldo foi assassinado e que os criminosos levaram um revólver e cerca de R$ 37 mil em dinheiro.

Ítalo de Barros Xavier e um menor de 16 anos foram apontados pela Polícia Civil como autores do crime. Eles foram capturados na cidade de Novo Gama/GO e estão recolhidos em unidades prisionais de Patos de Minas desde o início de abril deste ano. Segundo o delegado Luiz Mauro Sampaio, responsável pela investigação, eles foram vistos entrando na casa e saíram da cidade pagando passagem em um ônibus com dinheiro contaminado com naftalina, o mesmo produto que era colocado no cofre para proteger as cédulas dos insetos. Além disso, na época, o menor confessou o crime.

Mas a defesa alega que os dois são inocentes. O escritório de advocacia contratado pela família em Brasília afirma que o menor confessou o crime após ser torturado intensamente. A defesa aponta falhas na investigação, que seguiu apenas uma linha de trabalho. Segundo o advogado Lindomar Torres, o trabalho de investigação, no afã de dar uma resposta à sociedade, agiu de forma política e não técnica como deve ser.

Segundo o delegado Luiz Mauro Sampaio, no primeiro depoimento, os acusados estavam acompanhados de advogados. O segundo depoimento ocorreu no Ministério Público e com a presença do promotor de justiça, quando o menor deu detalhes do crime e apontou Ítalo como co-autor. Luiz Mauro destacou ainda que o próprio Ministério Público emitiu uma carta de elogios aos policiais pelo trabalho de investigação.

Durante a audiência, na tarde dessa quinta-feira (18), no entanto, parentes e amigos de Ítalo foram para a porta do Fórum, numa demonstração de que confiam na inocência do rapaz. Por outro lado, parentes de Onorivaldo também estavam lá para cobrar justiça pelo assassinato que chocou a comunidade de Major Porto.

A audiência realizada nesta quinta-feira vai servir de base para a decisão judicial que deverá ocorrer nos próximos dias. Como o crime é tratado como latrocínio, o que constitui uma das maiores penas no Brasil, a sentença será proferida pelo próprio Juiz. Os dois permanecem recolhidos em Patos de Minas até o julgamento.

Autor: Maurício Rocha