A comunidade terapêutica trabalha na recuperação de dependentes de álcool e drogas.
A presidente da Fazendinha Senhor Jesus de Patos de Minas, Maria Auxiliadora Lagares usou as redes sociais para fazer um desabafo. Ela diz que pode ter que dispensar os pacientes que estão internados gratuitamente no local por que não consegue renovar o registro no Conselho Municipal de Assistência Social. A comunidade terapêutica trabalha na recuperação de dependentes de álcool e drogas.

No ano passado a Fazendinha Senhor Jesus assinou um convênio com o Governo Federal para receber e tratar dependentes de álcool ou de drogas carentes. Através do programa “Crack podemos vencer” da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, a Fazendinha conseguiu abrigar 21 dependentes químicos que fazem tratamento no local desde dezembro do ano passado. Mas este trabalho pode ter que ser interrompido.

Para receber os recursos do Governo Federal e dar continuidade ao tratamento dos dependentes químicos, a Fazendinha Senhor Jesus precisa estar registrada no Conselho Municipal de Assistência Social. De acordo com Maria Auxiliadora, a entidade vem tentando renovar o registro desde março do ano passado. Primeiro o Conselho pediu mais documentos, depois disse que não tinha tempo para fazer uma vistoria no local e o problema que se arrasta a um ano continua sem solução.

Para piorar a situação, depois de muita insistência e de um ano de espera, a presidência do Conselho informou que a Fazendinha Senhor Jesus não tem direito a registro no Conselho Municipal de Assistência Social. De acordo com Maria Auxiliadora Lagares, sem o registro, a Fazendinha deixará de receber os recursos do Governo Federal, doações e repasse do Poder Público e sem esse dinheiro terá que interromper as atividades e dispensar os dependentes que estão em tratamento no local.

“Sinto muito por tantas famílias de alcoolistas e drogativos que podem ficar sem atendimento gratuito, mas isso já cansou”, desabafou a presidente da Fazendinha Senhor Jesus. “Ficamos correndo atrás de doações o tempo todo, para ajudar outras pessoas, pois em Patos de Minas não tem serviço de graça, e vamos perder tudo por causa de um papel, que tivemos a vida inteira e agora não podemos ter?”, concluiu.

De acordo com Alessandra Cristina Ávila Araujo, ex-presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, as Comunidades Terapêuticas tem como atividade principal atendimento em saúde, de acordo com as novas normativas e, portanto, devem ser registradas no Conselho Municipal de Saúde e só depois disso requisitar o registro no Conselho Municipal de Assistência Social. É necessário ainda se enquadrar nos requisitos estabelecidos na resolução 109.

Autor: Maurício Rocha