O escritor mineiro Autran Dourado morreu na manhã deste domingo, aos 86 anos, em sua casa no Rio de Janeiro, segundo comunicado da família. Recentemente, Dourado havia passado cinco meses internado devido a problemas respiratórios. O enterro foi realizado por volta das 16 horas, no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Nascido em 1926, na cidade de Patos de Minas, Waldomiro Freitas Autran Dourado publicou mais de 20 livros, entre romances, novelas e ensaios. Sua primeira obra, Teia, foi publicada em 1947. Também publicou Uma vida em segredo (1964) e Confissões de Narciso (1997).

Seu romance mais famoso, Ópera dos mortos, de 1967, chegou a ser incluído pela Unesco, da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma coleção de Obras Representativas da Literatura Universal. Os Sinos da Agonia (1974), outro trabalho de sua autoria, foi adotado em exames de admissão de universidades na França.

Dourado recebeu diversos prêmios ao longo de 60 anos de carreira, incluindo, em 2000, o Prêmio Camões, o mais prestigiado da língua portuguesa. Em 2008, recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra.

Dourado morava no Rio de Janeiro desde 1954. Entre 1955 e 1960, ele atuou como secretário de imprensa do presidente Juscelino Kubitschek, do que tratou no livro de memórias Gaiola Aberta: Tempos de JK e Schmidt (2000). "A minha intimidade com JK ia a tal ponto que chegava mesmo ao ridículo de eu despachar com ele no banheiro", escreveu.

Fonte: Revista Veja