A ação do Conselho Tutelar de Patos de Minas pode ter impedido que um recém-nascido fosse vendido e levado para o exterior. Integrantes do órgão descobriram o plano antes da saída do bebê da maternidade e levaram o caso para o Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Civil. Investigações estão sendo feitas para tentar identificar e prender as pessoas envolvidas no comércio ilegal de seres humanos.
A informação da venda do recém-nascido chegou por acaso ao Conselho Tutelar. Uma conselheira estava no hospital esperando a hora da consulta quando ouviu a jovem mãe dizer que daria a luz a um menino e que ele seria entregue a um casal que estava custeando todas as despesas com pré-natal e parto e que ainda receberia por entregar a criança. No dia seguinte, as conselheiras foram ao hospital e conseguiram identificar a mãe.
A garota de 18 anos deu à luz a um menino na manhã do dia 26 de outubro e disse que não queria ver e nem amamentar o bebê. Mas não foi só isso que chamou a atenção das conselheiras. “Era visível que nem a garota e nem a mãe dela tem condições de pagar um quarto de luxo em um hospital particular”, ressaltaram as conselheiras na denúncia.
A família mora no bairro Coração Eucarístico. A jovem mãe negou que iria vender a criança e disse que pagou o parto particular com o dinheiro que economizou trabalhando como doméstica. Questionada se as conselheiras poderiam ver o quarto e o enxoval que ela preparou para a criança, no entanto, a mulher desconversou.
Diante das contradições, a avó da criança acabou confirmando que o recém-nascido seria entregue para um casal da cidade de Uberlândia. Ela informou, inclusive, que fez isso com uma filha há cerca de 3 anos e que não impediria a doação do neto. A mulher informou ainda que eles iriam procurar o Conselho Tutelar para explicar o caso, o que não aconteceu.
Pouco depois, o Conselho Tutelar recebeu informações de que a mãe ficaria com a criança por alguns dias, até que as coisas esfriassem, para depois fazer a entrega. O garoto seria levado para Mato Grosso e depois para o exterior. O Ministério Público, no entanto, determinou que a criança ficasse sob a guarda do Conselho Tutelar.
O caso também foi encaminhado para a Polícia Civil que já iniciou as investigações para tentar identificar as pessoas que negociavam a venda da criança. A polícia desconfia que a ação faça parte do tráfico internacional de crianças. As investigações também vão levantar para qual país seria levada a criança.
Autor: Maurício Rocha
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