Geraldo Gomes da Silva e a esposa Denita Camila da Cunha Silva  mostram a documentação do terreno no Cemitério Municipal de Santa Cruz.
Uma família detentora de um terreno no Cemitério Municipal de Santa Cruz em Patos de Minas está revoltada. O túmulo foi aberto pela administração municipal sem autorização e o que é pior, enterraram uma pessoa desconhecida em cima dos restos mortais dos familiares. O caso aconteceu no ano passado e até hoje nada foi feito para resolver o problema.

O comerciante Geraldo Gomes da Silva mostra a documentação do terreno no Cemitério Municipal de Santa Cruz em Patos de Minas adquirido em 1984. A sepultura 20 da ala 2, quadra 11 do setor B foi adquirida por 3.640 cruzeiros pagos com muito esforço para enterrar o irmão. O senhor Geraldo lembra que na época a Prefeitura só aceitava pagamento à vista.

No ano passado, o senhor Geraldo foi surpreendido com a notícia de que a administração do Cemitério enterrou outra pessoa no túmulo da família. Segundo ele, um amigo alertou os funcionários do Cemitério, mas mesmo assim eles abriram a cova e enterraram a pessoa. Para piorar a situação, os funcionários ainda arrancaram a cruz com os nomes das pessoas da família que estavam enterradas ali.

“Agora a gente nem sabe mais se os restos mortais dos nossos familiares estão enterrados aí”, reclama a dona Denita Camila da Cunha Silva, esposa do senhor Geraldo. O casal mora na cidade de Luizlândia do Oeste e desde o ano passado tem vindo a Patos de Minas para tentar resolver o problema. Ele disse que apresentou toda a documentação da sepultura e foi informado na época que o corpo seria retirado, mas o caso continua sem solução.

O senhor Geraldo registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Militar e quer que o caso seja resolvido. Nem os registros de enterro do irmão e da cunhada foram encontrados no Cemitério Municipal. Ele chegou a cogitar a possibilidade do terreno ter sido revendido irregularmente para outra família. De volta a Patos de Minas esta semana para resolver o problema, o senhor Geraldo decidiu também tornar o caso público. Ele quer que o problema seja resolvido.

O atual administrador do Cemitério Municipal, Antônio Wilson, que assumiu o cargo após o acontecido, disse que já está tomando providências para solucionar o caso. Ele informou, no entanto, que o problema é mais grave do que parece. A Prefeitura terá que requisitar uma autorização judicial para retirar o corpo da pessoa que foi enterrada indevidamente na sepultura da família do senhor Geraldo. Além disso, pode haver conflito com os familiares da pessoa que foi enterrada ali. Pelo que tudo indica, o senhor Geraldo ainda vai ter que fazer mais algumas viagens até Patos de Minas.

Autor: Maurício Rocha