A comercialização dos produtos foi feita na avenida Maria Clara Fonseca.

A Ceasa Regional de Patos de Minas ficou às moscas nesta segunda-feira (27). Os produtores permaneceram do lado de fora da Central de Abastecimento e a comercialização dos produtos foi feita do lado de fora. A decisão dos agricultores é um protesto contra a administração da Ceasa. Eles cobraram inclusive a saída do secretário de agricultura, Carlos Naimeg.

Os produtores rurais que utilizam a Ceasa um tratamento mais digno por parte dos administradores da Central de Abastecimento. Segundo eles, as cobranças são muitas, mas o retorno tem sido pequeno. Os produtores reclamam, por exemplo, que falta papel higiênico no banheiro e copo descartável para beber água. “A gente foi reclamar e o administrador da Ceasa mandou a gente trazer sabugo da roça”, reclamou um produtor.

Os produtores rurais pagam R$ 10,00 por pedra para comercializarem seus produtos, além do estacionamento que alguns casos chega a R$ 8,00. A reclamação, no entanto, é com o tratamento que eles têm recebido. Multas no valor de R$ 1.200,00 têm sido emitidas diante de qualquer deslize dos produtores que, revoltados, decidiram protestar.

Todos os cerca de 250 produtores rurais da região que utilizam a Ceasa Regional aderiram ao protesto. Eles ocuparam a avenida Maria Clara Fonseca ainda de madrugada e comercializaram seus produtos ali mesmo. Os comerciantes, alguns vindos de longe, aderiram à manifestação e também aproveitaram para cobrar melhorias da Administração Municipal. Outros reclamaram da dificuldade para negociar e transportar os produtos. A avenida foi praticamente fechada. A Polícia Militar apenas acompanhou a movimentação.

Do lado de dentro da Ceasa mais reclamação. Sem a presença dos compradores, os lojistas ficaram no prejuízo, com poucas mercadorias negociadas. Mas eles também cobram mais apoio por parte da direção da Ceasa. O Galpão, onde acontece a comercialização dos produtos às segundas e quintas-feiras estava completamente vazio e em nada lembrava o formigueiro dos dias de comercialização.

Apesar da grande adesão dos produtores ao protesto, ninguém da Administração Municipal compareceu ao local para ouvir as reivindicações dos produtores e tentar uma negociação. Barão da Feira Livre, um dos organizadores do movimento, disse que esperava a presença de um representante da Prefeitura no local, já que o protesto foi anunciado. Segundo ele, se nenhuma mudança for feita, na próxima quinta-feira, a comercialização voltará a ser realizada no meio da rua.

O secretário municipal de agricultura, Carlos Naimeg, informou que os produtores estão sendo notificados das normas de funcionamento do Ceasa há cerca de 30 dias e que nenhuma multa foi feita até agora. Ele destacou que a administração da Ceasa Regional está apenas cobrando o cumprimento das regras que estão estabelecidas em lei. Com relação à falta de papel higiênico e copo descartável, o secretário negou.

Carlos Naimeg destacou que a Secretaria Municipal de Agricultura está aberta ao diálogo e disposto a propor mudanças na Lei que regulamenta o funcionamento da Ceasa. Ele destacou, no entanto, que enquanto essas mudanças não forem aprovadas na Câmara, as regras existentes continuarão sendo cobradas. Carlos informou que vai se reunir com o prefeito Pedro Lucas para decidir o que será feito.

Autor: Maurício Rocha