A Petrobras afirmou nesta terça-feira que "até o momento" não há decisão quanto ao amplamente aguardado reajuste no preço da gasolina e do diesel, em nota de esclarecimento divulgada após o término da reunião do Conselho de Administração da estatal.

"Este assunto é discutido frequentemente pela sua Diretoria Executiva e pelo seu Conselho de Administração, mas, até o momento, não há decisão quanto a reajuste no preço da gasolina e do diesel", disse a estatal nota de esclarecimento sobre notícias publicadas na imprensa.

O mercado esperava que o reajuste, o primeiro desde novembro do ano passado, pudesse ser anunciado após a reunião do Conselho de Administração, realizada em Brasília, e que durou praticamente todo o dia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já disse diversas vezes que os combustíveis são reajustados todos os anos, e que neste não seria diferente.

"Aumento de combustíveis não se anuncia, pratica-se", limitou-se a dizer a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, ao deixar a reunião do Conselho nesta terça-feira.

A ação preferencial da Petrobras fechou em baixa de 0,2 por cento nesta terça-feira, mas oscilou durante o pregão entre alta de 1,2 por cento e baixa de 3,2 por cento, conforme mudavam as expectativas dos agentes do mercado em relação a um possível reajuste.

Um aumento de preços dos combustíveis daria algum fôlego para a empresa que tem um dos maiores planos de investimento do mundo corporativo, com dívida igualmente crescente, fator que levou a agência de classificação de risco Moody's a rebaixar o rating da Petrobras em outubro.

Mas um reajuste neste momento poderia inviabilizar o cumprimento da meta de inflação neste ano, que já está rodando acima do teto no acumulado de 12 meses. Quanto mais perto do fim do ano o reajuste for concedido, maiores as chances do índices de inflação captarem o impacto do aumento somente em 2015.

A Petrobras também disse, em nota, que o andamento das providências internas e outras possíveis medidas a serem tomadas em relação à "Operação Lava Jato" é assunto de discussão pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração.

No fim de outubro, a empresa contratou duas empresas independentes para investigar as denúncias feitas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso na operação da Polícia Federal, de um suposto esquema de corrupção na estatal.

Fonte: Agência Reuters