A operação denominada “Lobo de Ferro” foi desencadeada pela Polícia Civil após um trabalho minucioso de investigação que começou com o roubo de uma caminhonete Amarok em uma concessionária na cidade de São Gotardo. Quatro bandidos renderam e fizeram refém o segurança da empresa e fugiram levando o veículo. O crime aconteceu no mês de março deste ano e abriu caminho para o trabalho dos investigadores.
Em conjunto, os policiais de São Gotardo, Patos de Minas e de Belo Horizonte descobriram que o crime foi cometido por um grupo que roubava veículos de alto valor para serem trocados por droga no exterior. De acordo com o delegado geral Márcio Siqueira, o grupo agia por encomenda e "legalizava" os veículos com documentação fraudada e placas clonadas. Os documentos ficavam em nome de um dos suspeitos.
O serviço ilícito era feito por uma despachante de Caraguatatuba, no interior de São Paulo. "Legalizados", os carros roubados eram levados para o Paraguai e Bolívia via Foz do Iguaçu, no Paraná. Nos países vizinhos, os veículos eram trocados por droga. Uma parte da carga vinha para o Brasil e a outra seguia para a Europa. Itália e Espanha eram as portas de entrada. A transação internacional rendeu euros e dólares para a quadrilha.
Com todas as informações sobre a organização criminosa, os policiais começaram a tirar os bandidos de circulação. As prisões aconteceram entre os dias 2 a 16 deste mês. Quatro integrantes do bando já estavam presos. Eles foram detidos furtando outro veículo em Belo Horizonte. São nove pessoas acusadas de participarem do bando, oito homens e uma mulher.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que há outras pessoas envolvidas com a quadrilha. O trabalho de investigação deve continuar, mas o resultado já é motivo de comemoração. O delegado Márcio Siqueira informou que talvez este tenha sido o maior serviço já realizado na região.
Autor: Maurício Rocha
