O Patos Hoje mostrou esta semana o caso de uma mulher de 46 anos que está morando em cima de uma árvore em uma avenida de Patos de Minas. O caso teve grande repercussão na cidade e a família entrou em contato com nossa redação para explicar os motivos que levaram a mulher a essa situação. A mãe e a filha de Vagneia Aparecida Gontijo conversaram com a equipe do Patos Hoje.

Segundo os familiares de Vagneia, desde que a reportagem foi ao ar, muitas pessoas têm os procurado para fazer críticas e cobrar um tratamento digno à ela. Entretanto, segundo eles, tudo o que podia ser feito para ajudá-la já foi feito, mas ela sempre recusa. De acordo com Isabelle Aparecida Gontijo, de 23 anos, que é a filha de Vagneia, a mãe nunca se importou com eles e está na situação em que está porque não aceita ajuda e é uma ameaça à vida dos familiares.

“Ela tinha tudo aqui dentro de casa, roupa lavada, comida na mesa, amor, carinho e ela jogou tudo fora. Ela ameaçou me matar, ameaçou matar meus filhos e minha filha tinha apenas dois meses. Eles tinham que ficar trancados no quarto quando ela estava aqui” disse a filha. Bastante emocionada, ela relatou que a família tentou tudo que estava ao alcance da família para que ela melhorasse, mas foi em vão. “Chegou um momento que a gente simplesmente ficou sem saber o que fazer. Nós tentamos de tudo, mas o que recebemos em troca foi muita ingratidão, desprezo, agressividade e tristeza’. Disse ela com lágrimas nos olhos.

A dona Luzia de Oliveira tem 83 anos e é mãe da Vagneia. Segundo ela, não foi nada fácil cuidar da filha e dói muito ver a situação em que ela se encontra hoje. “Eu sou viúva e cuidei de todos os meus filhos sozinha, mas ela sempre foi difícil. Ela deixou a filha dela de apenas seis meses comigo e foi embora para outra cidade. Depois que ela voltou nós não tivemos mais paz e tudo que a gente quer é que ela seja internada em uma clínica para que ela melhore, é isso que a gente quer” disse ela.

Bastante emocionada, a Dona Luzia nos disse que a filha chegou a desejar sua morte. “Ela disse que eu já estava passando da hora de morrer, que eu já estava fazendo hora extra e isso me machucou muito o coração, porque por mais que ela esteja nessa situação, eu a amo e quero o bem dela’ disse a mãe. A família ainda contou que foi preciso buscar uma medida protetiva no poder judiciário para que as ameaças e as brigas parassem. “Ela pula o muro aqui de casa para ameaçar a gente de morte. Como não temos dinheiro para colocar cerca elétrica, nós tivemos que colocar proteção em cima do muro e mesmo assim ela invade nossa casa mesmo se machucando na proteção” disse a filha dela.

Ainda de acordo com a família, para manter o vício nas drogas e no álcool, ela vendeu quase todos os pertences da casa e também usou o cartão da mãe que recebe apenas uma pensão do falecido marido. “Você pode ver que nós não temos muita coisa porque ela pegou tudo e vendeu. Não sobrou nem banco para a gente sentar” relatou Isabelle. A família pede que, se alguém souber como ajudar Vagneia que a ajude de alguma forma. “Ela precisa de um tratamento psiquiátrico, de uma clínica e de pessoas que vão conseguir um tratamento para ela, porque nós já tentamos de tudo e infelizmente não conseguimos. Ao contrário do que muita gente disse, nós não estamos felizes de vê-la naquela situação, morando em uma árvore, nós queremos o melhor para ela, mas infelizmente nós também precisamos viver em paz” disse a filha.

De acordo com a Prefeitura Municipal, o município tem oferecido assistência psicológica e social à mulher, que já chegou a ser internada. Entretanto, por causa dos problemas psiquiátricos, ela tem recusado a ajuda. A Prefeitura informou que o caso continua sendo acompanhado em busca da melhor solução.

Após a reportagem do Patos Hoje, voluntários se ofereceram para ajudar Vagneia. Pelo menos duas propostas de internação foram oferecidas. A informação é de que ela será levada para uma clínica de reabilitação ainda esta semana.