Pessoas que transitam pela avenida Afonso Queiroz no bairro Sebastião Amorim em Patos de Minas têm chamado a atenção para um fato inusitado. Uma mulher está morando em cima de uma árvore há algumas semanas. O Patos Hoje recebeu relatos e imagens e foi até o local para verificar de perto a situação. Após algumas visitas,  a mulher concordou em conversar com a nossa equipe.

Ela tem apenas 46 anos, mas a forte dependência do álcool deixa marcas no corpo e na mente. Em meio ao grande movimento da principal avenida do bairro Sebastião Amorim, a solidão é o que mais incomoda e agrava o quadro de depressão. Com os olhos cheios de lágrimas, ela fala da saudade da família.

A mulher diz que não tem para onde ir e, depois de ter o colchão invadido por usuários de drogas nas escadarias da igreja do bairro, encontrou abrigo em cima da árvore no canteiro central da avenida. No início que eu cheguei para ficar com ela aqui, ela não me aceitava aqui em cima não. Caia todo dia. Agora ela me aceitou. Agora eu peço até licença para subir”, disse ela.

Ela diz que não é tão ruim morar em cima da árvore, mas os relatos de dificuldades são muitos. “Quando chove molha tudo”, diz ela. Para se alimentar, a mulher depende da ajuda dos vizinhos. “Tem semana que eu passo até dois dias sem comer. Fico deitada esperando”, lamenta ela. Para saciar o vício, a mulher afirma que está tomando etanol enfraquecido com um pouco de água.

Questionada se quer ajuda para ter uma vida melhor, ela afirma que sim. A redação do Patos Hoje entrou em contato com a Prefeitura e recebeu informação de que o caso está sendo acompanhado. A assessoria de comunicação afirmou que o município tem oferecido assistência psicológica e social à mulher, que já chegou a ser internada. Entretanto, por causa dos problemas psiquiátricos, ela tem recusado a ajuda. A Prefeitura informou que o caso continua sendo acompanhado em busca da melhor solução.

Familiares entraram em contato com a redação do Patos Hoje e explicaram que já fizeram todo o esforço, inclusive com sacrifícios financeiros para pagar clínica de internação, mas que ela sempre volta para as ruas. Eles afirmam que a mulher é dependente de álcool e de crack e que é bastante agressiva, tornando inclusive um risco para a mãe que já é bastante idosa.

Os familiares informaram que também sofrem em vê-la nessa situação e esperam uma ajuda para que ela passe por um tratamento.