Uma família que mora no Bairro Laranjeiras está amedrontada com o risco de desabamento da casa onde reside.
Uma família que mora no Bairro Laranjeiras está amedrontada com o risco de desabamento da casa onde reside. O imóvel que pode desmoronar a qualquer momento apresenta trincas, rachaduras e o piso a cada dia se afunda mais. Com tantos problemas, a residência foi condenada pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, mas como não tem para onde ir, Sara Severo da Fonseca continua vivendo na casa com os dois filhos adolescentes.

A moradora disse que comprou a casa em abril de 2010, após fazer um financiamento na Caixa Econômica. Segundo ela, na época, o engenheiro da instituição esteve no local e aprovou o imóvel que acabou sendo liberado pela Caixa. No entanto, em dezembro de 2011 começaram a surgir os problemas. A varanda dos fundos chegou a desabar em cima da motocicleta e da máquina de lavar roupa. O Corpo de Bombeiros foi acionado e ela teve que deixar o imóvel.

Sara contou que, por diversos meses teve que arcar com aluguel, mesmo pagando as parcelas do financiamento. No entanto, ela não suportou os prejuízos e acabou voltando para a casa, mesmo com o laudo técnico da defesa civil condenando a residência. E o risco é realmente iminente. O irmão da moradora, Daniel Severo, mostrou as rachaduras e as trincas da casa. O prumo da parede já apresenta uma diferença de quase 10 centímetros.

Os improvisos na casa estão por todo lado. O fogão e a geladeira tiveram que ser calçados com pedaço de madeira para fazer o nivelamento. No banheiro, a história chega a ser absurda. Quem quiser tomar banho tem que levar o rodo e rapar o tempo todo, porque, caso contrário, a água invade o restante da casa, tamanho foi o abatimento do piso. Os muros com enormes rachaduras podem desabar a qualquer momento e não oferecem a menor segurança.

Ela informou que toda a documentação foi aprovada na Caixa Econômica, mas não teve sucesso quando procurou a instituição. “Conversei com os responsáveis da Caixa duas vezes e eles disseram que não vão arcar com o danos,”afirmou. Com o vendedor da casa, não foi diferente. Segundo ela, um advogado foi contratado e vai entrar na justiça para conseguir resolver a situação. Ela deseja ter um lugar seguro para morar com os filhos, já que não está dormindo direito com medo da casa cair em cima deles.

No final de março, o Patos Hoje mostrou o caso de uma família que também teve problemas com um imóvel financiado na Caixa Econômica Federal. Para aquele imóvel, um acordo foi feito para solucionar o problema. No entanto, no caso de Sara parece que o problema é mais grave. A moradora, que trabalha como segurança particular em eventos, disse que conversou com especialistas e eles informaram que a casa que possui um terreno de 261,52 m² e 46,74 m² de área construída não tem mais conserto. “O jeito mesmo é derrubar e construir uma nova”, contou.

Entramos em contato com a Caixa Econômica Federal e conversamos com Márcio Cunha, gerente da agência em Patos de Minas. Ele disse que o seguro contratado pela proprietária não cobre esse tipo de vício. Ele explicou que somente em danos provocados por força externa, haveria ressarcimento. "Não há cobertura porque os problemas foram causados por vício de construção," afirmou.

Autor: Farley Rocha