O tio e tutor, Carlos Alberto Porto, acompanhou o trabalho dos peritos. Com as mãos na cabeça, ele parecia não acreditar no que estava acontecendo.
Ele tinha só 17 anos, mas a ficha criminal era extensa e a de inimigos também. A vida fora das celas de Centro de Recuperação em Uberlândia durou apenas dois meses. O adolescente foi assassinado a tiros quando subia a rua dos Cedros no bairro Alto Colina na noite desta quarta-feira (09). As investigações começaram logo após o crime, mas a polícia ainda não tem pistas do assassino.

O crime aconteceu por volta de 21h. Rafael Alves Pereira subia a rua dos Cedros em sua motocicleta quando o assassino se aproximou. Ele chegou ao lado do adolescente e descarregou o revólver. Os vizinhos disseram que ouviram sete disparos. A ambulância do SAMU foi acionada, mas quando o socorro chegou já era tarde demais.

O adolescente ficou caído no meio da rua, quase na esquina com a rua dos Eucaliptos, bem ao lado da motocicleta. Uma multidão se formou para saber o que havia ocorrido. Mas, mesmo os que moram mais próximos não conseguiram passar muitas informações para os policiais. A suspeita é de que eram dois homens, também em motocicletas.

Os peritos da Polícia Civil contaram sete disparos que atingiram Rafael na perna, nas nádegas, nas costas, no braço e na cabeça. Um dos tiros perfurou o capacete, a cabeça do adolescente e foi parar dentro do forro do equipamento. Os peritos calculam que os disparos partiram de um revólver calibre 38. Pelo menos um dos tiros foi dado quando Rafael já estava caído.

O adolescente é órfão. Os pais morreram em acidentes de trânsito segundo vizinhos. O tio e tutor, Carlos Alberto Porto, acompanhou o trabalho dos peritos. Com as mãos na cabeça, ele parecia não acreditar no que estava acontecendo. Carlos Alberto disse que foi surpreendido com a liberação do adolescente em Uberlândia. “Eu pedi a eles que mantivessem o Rafael no centro de recuperação”, mas eles me disseram que não podia”, lamentou. O tio já pressentia o pior.

Rafael estava entre os jovens que foram vítimas de uma tentativa de homicídio ocorrida há poucos dias na mesma rua. Ele estava ameaçado por traficantes. “Teve um dia que ele me pediu dinheiro para acertar uma dívida, eu dei a ele R$ 200,00, mas ele não me contou para quem era o dinheiro”, esclareceu o tio.

Uma amiga de Rafael, que preferiu não se identificar, disse que existem muitos outros jovens ameaçados de morte naquela região da cidade. “Ainda vai ter muita morte por aqui”, afirmou. O delegado Luiz Mauro Sampaio esteve no local e disse que todo o esforço será feito para identificar e prender o autor ou os autores do homicídio, o quarto deste início de ano em Patos de Minas.

Autor: Maurício Rocha