Quando ouvi os áudios grotescos de Arthur do Val, o “Mamãe falei”, fiquei completamente surpreso. Eu jamais poderia imaginar que um rapaz branco, de direita, rico, ex-apoiador de Bolsonaro e inimigo de feministas, pudesse ser tão machista! O fato é que o MBL é uma espécie de “bolsonarismo gourmet”, são reacionários de sapatênis. A diferença básica entre alguém do MBL e um bolsonarista, é que o segundo já perdeu a vergonha de ser chamado de machista, racista, homofóbico e xenófobo. 

         O militante bolsonarento até se orgulha de ser chamado de reacionário, chegando mesmo a usar tal adjetivo como nome político, como no caso do “Carteiro Reaça”! Nas redes sociais é comum encontrar grupos de extrema direita onde se definem como “opressores”. Portanto posso dizer que o bolsonarismo é a face da extrema direita que perdeu a vergonha na cara e manifesta toda sua escrotidão publicamente. 

        Mas os marmanjos do MBL são de uma direita que prefere camuflar seus preconceitos sob uma máscara de defesa do liberalismo, mas na intimidade são exatamente iguais aos bolsonaristas. Por essa máscara o MBL tornou-se a opção de reacionários envergonhados que não querem associar sua imagem ao capitão boca suja. Mas a máscara de “direita limpinha” acabou caindo, o show de horrores dos áudios vazados de Arthur “mamãe falei”, mostraram a alma profunda do MBL. Mais que machismo,  as gravações deixam muito claro um interesse em manter a pobreza, afinal de contas, na cabeça do Arthur, uma loira pobre é uma mulher fácil. 

          Para esses canalhas de sapatênis a divisão da sociedade em ricos e pobres é fundamental para seus interesses. Esses moleques mimados jamais lavariam os próprios vasos sanitários, eles precisam de uma mulher pobre que se submeta a esse trabalho por um salário de miséria. Isto posto fica fácil entender o motivo pelo qual eles foram radicalmente contra a lei que ampliava os direitos trabalhistas das domésticas. Na mente imunda de Renan e Arthur, a pobre morena ou preta serve de faxineira, e a pobre loira é objeto sexual, sendo importante que ambas continuem na pobreza para atender seus fetiches e caprichos. 

              Enfim o MBL é um retrato de uma elite imunda que deseja conservar o atual estado de pobreza para explorar mão de obra barata, e transar com pobres “gostosas”. Essa é a mesma elite que se cala quando o governo libera fortunas para empresários, mas se revolta com a miséria do Bolsa Família, que entra na justiça contra as cotas para pobres e minorias nas universidades públicas. Lutam contra qualquer coisa que beneficie o pobre sob o argumento de defender a meritocracia e o estado mínimo, mas na verdade querem tão somente manter os pobres nos seus barracos na favela. Se o pobre quiser sair de sua choupana, que seja para servir aos playboys. Se a pobre for loira de olhos claros, poderá até morar na área nobre da cidade, limpando a latrina do patrão de dia, e o servindo mais intimamente à noite! Essa é a mente imunda de muita gente da elite política e social desse país.