Existe chuva e enchente no Planeta Terra desde sempre, em Patos de Minas não seria diferente. O que nunca existiu em nosso município foi programa de habitação decente. Desde o surgimento da Vila de Santo Antônio de Patos, os mais abastados sempre moraram nos lugares mais nobres, e os mais pobres sempre foram empurrados para as bordas da cidade. Damos a isso o nome pomposo de “mercado imobiliário”. Então chegamos ao cerne da questão: o mercado nunca vai criar um programa habitacional. Isso é responsabilidade do poder público, e ao longo de mais de um século, as administrações municipais e estaduais nunca deram muita atenção aos pobres que foram obrigados a se alojar em áreas de risco. 

               O máximo que tivemos foram programas de “favelização” da periferia, criaram projetos irresponsáveis para amontoar os pobres nas bordas do município, sem nenhuma presença do Estado, e hoje são locais com altíssima criminalidade. Em países decentes como Inglaterra e Alemanha, essa prática não existe, o governo não permite que pobres sejam empilhados em casebres nas periferias. Os projetos de habitação desses países buscam garantir a dignidade dos menos favorecidos, alocando-os em áreas bem urbanizadas e com infraestrutura, evitando o processo de favelização e a expansão da criminalidade. 

                Enquanto a chuva cai copiosamente, os marginalizados permanecem insones imaginando quando a água vai invadir suas humildes residências. Espero que nosso querido Digital influencer e prefeito Luís Eduardo esteja trabalhando numa solução definitiva para o drama das vítimas de enchentes. Recolher donativos, amontoar desabrigados em ginásios esportivos, e alardear no Instagram, me soa mais como exploração da miséria com fim eleitoral. O que essa gente precisa é de opção DIGNA de moradia. Sei bem que o problema não será resolvido em apenas um mandato de prefeito, mas é preciso que alguém comece.