A estação chuvosa já está na metade e até agora não justificou seu nome: ainda não choveu. Pelo menos em volume significativo para encher os reservatórios e afastar o risco de desabastecimento de água e energia para este ano. “A expectativa antes do período úmido é que ele fosse melhor do que o de 2014, mas não é isso que está acontecendo. A cada dia que passa sem chuva, aumenta o risco de racionamento em 2015”, diz o gerente de regulação da Safira Energia, Fábio Cuberos.

O presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello, diz que o risco de haver um racionamento de energia neste ano quase dobrou, pois é de 40%, ante 20 % a 25% na mesma época do ano passado. O aceitável para a segurança do sistema é de 5%. Esses percentuais são calculados com base no cenário atual dos reservatórios e com as expectativas de uso e de chuvas para o período.

No caso da energia, os reservatórios das hidrelétricas monitorados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) nas regiões Sudeste e Centro-Oeste estão com menos de 20% de água armazenada. O percentual é o menor desde o início da série histórica, em 2000, quando o nível estava em 29%. Desde então, poucas vezes o nível esteve abaixo da metade e em vários anos chegou perto dos 80% nesta época.

Já os reservatórios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA) estão, em sua maioria, abaixo dos 30% nas bacias que cortam Minas Gerais (Doce, São Francisco e Paraíba do Sul).

Perspectiva. A chuva que não caiu até agora não deve começar nesta semana. De acordo com o meteorologista do TempoClima da PUC Minas, Heriberto dos Anjos, a perspectiva não é boa. “A chuva que precisamos é aquela associada a uma frente fria, que dura vários dias. O comportamento das massas que estão atuando é desfavorável”, diz.

Fonte: O Tempo