Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia – Campus Patos de Minas – investigam a presença do vírus da Zika em larvas coletadas na cidade. O estudo é divido em três fases e pode oferecer importante contribuição para a sociedade. O conhecimento gerado sobre a circulação destes vírus pode orientar estratégias de prevenção a epidemias e programas de controle do vetor.
A pesquisa é conduzida pelo Prof. doutor Guilherme Freitas do Laboratório de Microbiologia da UFU, Campus Patos de Minas e conta com a parceria do Serviço de Controle da Dengue da Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além de outros pesquisadores da UFU em Uberlândia. Além do vírus da Zika, outros vírus também são estudados, como os quatro tipos de vírus da dengue, vírus Chikungunya, vírus da febre amarela, vírus Mayaro e o vírus da encefalite japonesa. Algumas dessas espécies são menos conhecidas e nunca foram estudadas na região, apesar de já terem sido identificadas em outras partes do Brasil.
O estudo é divido em três etapas. A primeira é desenvolvida pelos agentes de controle de endemias, que visitam as casas em diferentes regiões da cidade e quando encontram um criadouro coletam as larvas de mosquitos e encaminham ao Laboratório de Microbiologia da UFU. A segunda etapa começa com a contagem, separação e identificação das espécies das larvas de mosquitos. Já a terceira etapa consiste na extração do material genético das amostras e identificação das espécies virais por técnicas de biologia molecular. As etapas realizadas na UFU são desenvolvidas por alunos do curso de Graduação em Biotecnologia e são assunto de trabalhos de iniciação científica e de trabalhos de conclusão de curso.
O principal objetivo do trabalho é identificar quais vírus estão presentes em larvas de mosquitos coletadas na cidade, e assim auxiliar no monitoramento epidemiológico da região. A boa notícia, segundo o professor doutor Guilherme Freitas, é que o vírus da Zika ainda não foi localizado em nenhuma larva encontrada em Patos de Minas.
Estudos comprovaram que fêmeas de mosquitos infectadas pelo vírus da Zika podem transmiti-lo para seus descendentes e dessa forma, os ovos e as larvas já nascem infectados. Assim, esses mosquitos podem se tornar adultos transmissores da doença sem nunca ter picado uma pessoa. Tal forma de transmissão é conhecida como transmissão vertical e, já era conhecida para outros vírus, como o da dengue e o da febre amarela.
O professor lembra, no entanto, que apesar de todos os avanços alcançados nos últimos anos, a melhor maneira de prevenir epidemias causadas por vírus transmitido pelo Aedes Aegypti continua sendo a eliminação dos criadouros. “Já está comprovado que a grande maioria dos focos de mosquitos são depósitos de água parada encontrados dentro das casas. Com o início da estação chuvosa a população deve redobrar os cuidados evitando qualquer local com água parada onde os mosquitos possam depositar seus ovos”, conclui Guilherme.
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