A crise financeira mundial ainda não afetou o desempenho dos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Minas Gerais. Pesquisa referente aos dez primeiros meses deste ano aponta crescimento de 55% no número de trabalhadores colocados no mercado e de 58% no número de vagas abertas. Em números absolutos isso corresponde a 82.017 colocações – de janeiro a outubro -, ante 52.885 no mesmo período de 2007. Além disso, foram abertas 140.826 vagas, contra 88.823 no ano passado.

Os dados de abertura de vagas e inserção no mercado de trabalho são referentes a 93 dos 103 postos do Sine existentes em Minas Gerais. A pesquisa foi realizada pelo Observatório do Trabalho, Emprego e Renda da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), que coordena os postos no Estado.

Considerando só os meses de setembro e outubro, quando a crise mundial se agravou, os dados são ainda mais animadores. Em setembro foram abertas 14.544, contra 8.290 vagas registradas no mesmo período do ano passado, um salto de 75%. Já em outubro de 2008, os postos abriram 14.306 oportunidades, enquanto no ano passado foram 9.909.

O comparativo mês a mês mostra aumento também no número de colocados. Em setembro deste ano, 7.984 trabalhadores foram inseridos no mercado, 70% a mais que os 4.706 trabalhadores que conseguiram uma vaga em setembro de 2007. Em outubro, o desempenho aponta crescimento de 44%: foram 7.401 contratações, contra 5.153 no mesmo período do ano passado.

De acordo com o secretário-adjunto de Desenvolvimento Social, Juliano Fisicaro, a solidez da economia mineira explica os resultados positivos apesar da crise internacional. Para ele, dois aspectos são os principais responsáveis pelo crescimento, mesmo na fase mais aguda da crise. “O primeiro é demanda sazonal em razão das vagas abertas no final de ano e o segundo foram os investimentos feitos no primeiro semestre pelo Estado e pelo setor privado”, avalia.

O secretário afirma que ainda é cedo para fazer qualquer avaliação em relação ao comportamento do mercado de trabalho nos próximos meses, considerando-se a crise mundial. No entanto, a expectativa é de que os possíveis efeitos sejam minimizados em Minas em função das ações pró-ativas do governo estadual. “Além do pacote de medidas de política fiscal anunciadas recentemente pela equipe econômica do Governo de Minas para o ano que vem, já estão garantidos inéditos R$ 11 bilhões para investimentos que, certamente, deverão minimizar os efeitos da crise e, conseqüentemente, diminuir os impactos negativos na geração de empregos”, explica. Ele alerta, no entanto, para a importância de o governo federal adotar medidas de políticas fiscal e monetária arrojadas no sentido de mitigar os efeitos da crise. “Tudo isso também associado a uma conjuntura internacional”, pondera.

Sine

O Sine é um serviço gratuito que visa melhorar as condições de acesso, permanência ou retorno do trabalhador ao mercado de trabalho. Em Minas, os postos de atendimento são coordenados pela Sedese, por meio da Subsecretaria de Trabalho, Emprego e Renda. Além de intermediar a mão-de-obra, o Sine encaminha profissionais cadastrados para cursos de qualificação profissional, atende o trabalhador solicitante do seguro-desemprego, incentiva a geração de emprego e renda e disponibiliza informações sobre mercado, por meio de palestras e cursos de competências básicas para o trabalho.