Traição e ciúmes. Estas seriam as causas do assassinato de Aparecido Eli Rosa, o motorista que foi torturado e morto no início deste mês em uma casa abandonada no bairro Jardim Paulistano. O mentor e autor do crime, segundo a Polícia Civil, é Moacir da Costa Borges, de 39 anos, preso nessa quarta-feira (21) e apresentado à imprensa no final desta tarde (22).

Moacir é o dono da casa onde o crime aconteceu e não foi muito difícil para a polícia chegar até ele. De acordo com o delegado regional, Elber Barra Cordeiro, foi ele quem preparou o local, construindo paredes, instalado fios de eletricidade para fazer a tortura e furando a parede para amarrar a vítima.

Segundo o delegado de crimes contra a pessoa, Flávio Henrique Luciano, Aparecido Eli Rosa, no passado, foi namorado da atual companheira de Moacir. De uns tempos para cá, os dois voltaram a se encontrar. Ao descobrir a traição, o autor teria ficado revoltado e planejado duas formas de punir o motorista.

Os policiais descobriram que o primeiro plano de Moacir era ficar com a esposa de Aparecido Eli para dar o troco na traição. Ele até tentou, mas a investida não deu certo. Desta forma, Moacir partiu para a segunda alternativa que era torturar e matar o motorista.

De acordo com os policiais, Moacir obrigou a esposa a marcar um encontro com Aparecido Eli e levá-lo para a casa abandonada no bairro Jardim Paulistano. Lá, ele seria torturado e levado para um outro local onde teria o corpo queimado dentro do próprio carro.

O delegado, Elber Barra Cordeiro, acredita que alguma coisa deu errado. “Provavelmente Eli reagiu ao ser desamarrado para ser levado para outro lugar e ele teve que atirar ali mesmo. Com o barulho dos disparos, Moacir fugiu para não ser identificado”, informou.

Moacir teve a prisão temporária decretada. Os policiais procuram agora uma terceira pessoa que teria ajudado na ação. Os delegados não acreditam que ele tenha feito tudo sozinho. “No mínimo, alguém segurou a arma para que ele amarrasse Aparecido”, informou o delegado.

Moacir estava acompanhado do advogado Sebastião Gontijo que disse que seu cliente só vai falar em juízo, mas negou qualquer envolvimento com o crime. O chefe do 10º Departamento da Polícia Civil, Márcio Siqueira, informou que tem muitas provas que incriminam Moacir, a começar pelas contradições nos depoimentos dele.

Primeiro, Moacir disse que não conhecia Aparecido, mas os policiais descobriram duas ligações do telefone dele para a vítima. Uma na quinta-feira e outra no sábado, um dia antes do crime, que os policiais desconfiam que foi quando a mulher dele marcou o encontro. Ele também disse que estava viajando para São Paulo para comprar um caminhão. Só que nas investigações, os agentes descobriram que ele viajou para Brasília por volta de 8h de domingo, por tanto, depois de ter cometido o crime.

A mulher de Moacir é peça chave para encontrar o terceiro envolvido no homicídio. Se outro autor não for identificado, ela pode ser indiciada como a co-autora. O inquérito deverá ser concluído nos próximos dias.