Paulo José da Silva, de 54 anos, deverá aguardar nova decisão judicial preso no Presídio de Patos de Minas. Após audiência na tarde desta segunda-feira (26), a justiça converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva, quando não há prazo para soltura. O Delegado Luís Mauro Sampaio considerou o crime como bárbaro e reforçou a necessidade da prisão preventiva.

Foi apurado que Paulo tentou matar o cunhado, Lindolfo Caixeta Nascentes, de 82 anos, e que matou a filha dele, Lísia Maria Caixeta, de 48 anos, a facadas na tarde desse domingo (54). O acusado havia dito para os policiais militares que a intenção era matar o cunhado e todos os filhos dele e depois tiraria a própria vida. O crime ocorrido na casa da vítima, localizada na divisa dos bairros Novo Horizonte e Jardim Califórnia, teria sido motivado por uma disputa por herança deixada pela irmã do autor, esposa de Lindolfo, que morreu há uma semana.

As investigações até o momento revelam que Paulo estava armado com duas facas. Quando os policiais militares chegaram ao local, ele estava no chão, ao lado do cunhado Lindolfo. O idoso segurava a lâmina e Paulo tentava tomar a faca de sua mão. Os policiais ordenaram que ele soltasse a faca, mas ele se recusou. “Pode atirar, pode me matar”, disse ele.

Foram dadas novas ordens, mas Paulo se recusava a soltar a faca e continuava disputando a arma com o idoso que estava caído a sua frente. A segunda faca que ele portava havia se quebrado e a lâmina permaneceu fincada nas costas do senhor Lindolfo. Foi preciso fazer um disparo de pistola de impulsos elétricos para conter o autor.


Lindolfo foi socorrido pelo Samu com um grave ferimento na mão, já que precisou segurar na lâmina da faca e outro ferimento nas costas, sendo que a lâmina da outra faca permanecia alojada em seu corpo. A filha dele, Lísia, foi agredida com três golpes de faca nas costas. Ela morreu no local.

No primeiro momento, Paulo se recusou a falar. Mas depois, em conversa com os policiais, ele confessou ser o autor do crime e disse que a intenção era matar Lindolfo e todos os filhos dele. Segundo a Polícia Militar, ele estava transtornado. Paulo faz uso de remédio controlado e havia ingerido bebida alcóolica.

Parentes informaram que Paulo estava insatisfeito por achar que tinha direito a parte da herança deixada pela irmã, que morreu na semana anterior. Ela era casada com Lindolfo, que teria informado ao cunhado que ele não tem direito na partilha dos bens.

A defesa havia pedido a liberdade provisória de Paulo alegando que ele é aposentado por invalidez devido a cardiopatia grave, é primário e possui bons antecedentes, residência fixa e não há indícios de que ele vá repetir infrações dessa natureza. Por outro lado, o Ministério Público havia requerido a decretação da prisão preventiva para garantir a ordem pública, a instrução criminal e assegurar a aplicação da lei penal, haja visto a gravidade do crime, uma vez que Paulo teria mostrado menosprezo pela vida humana por motivo de herança. Após a audiência de custódia, a justiça acabou decidindo pela conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva, o que na prática deve fazer com que ele aguarde o julgamento preso.