As conselheiras tutelares levaram o adolescente para o Ministério Público.

O drama vivido por um garoto de apenas 14 anos está chamando a atenção de quem passa pela rua Agenor Maciel. O menino apresenta problemas psicológicos e está praticamente abandonado no casarão tomado pelo lixo. Os familiares do adolescente também apresentam problemas psicológicos semelhantes e não conseguem cuidar do adolescente.

O garoto é portador da Síndrome de Diógenes. A doença faz com que a pessoa se isole em casa, abandonando o convívio social e abra mão da higiene pessoal, acumulando grandes quantidades de lixo dentro da própria casa. Os vizinhos que tiveram acesso ao imóvel afirmam que todos os cômodos estão ocupados  e que, em alguns pontos, o lixo acumulado ultrapassa 1,5m de altura.

Familiares do menino, segundo os vizinhos, também sofrem com a Síndrome de Diógenes . Os problemas psicológicos teriam feito com que eles abandonassem o garoto. Ele passa os dias em meio à montanha de lixo, sobrevivendo da ajuda das pessoas. A comida dele é doada pelos vizinhos. E a situação é realmente preocupante.

Alexandre Donato, que trabalha bem em frente, disse que o garoto parou de estudar. “Tem pelo menos um mês que eu não vejo ele ir para a escola”, afirma. O garoto também reclama que não está dormindo direito. “Ele diz que ouve  barulhos”, diz o comerciante Ilídio de Souza Neto que suspeita que o incômodo é provocado pelos ratos.

Além da grande quantidade de lixo, a casa também está com o vaso entupido, falta água e o mau cheiro é insuportável. “A gente teme que algo de mais grave aconteça, que ele seja picado por um escorpião, sozinho aí dentro, ele pode até morrer”, questiona Alexandre. Os vizinhos levaram o caso às autoridades e acionaram a imprensa.

Na tarde desta terça-feira (06) conselheiras tutelares foram até a casa e levaram o adolescente para o Ministério Público. O promotor Jaques Souto pediu informações e laudos técnicos e entrou com uma ação judicial pedindo a internação do adolescente. “A gente espera que esta decisão saia o mais rápido para que possa livrar o menino dessa situação”, concluiu o promotor.


Autor: Maurício Rocha