O filme que está sendo mostrado nos cinemas de todo o Brasil conta a emocionante e desafiadora história da transformação de Renato Manfredini Jr., professor de inglês, no mito Renato Russo, revelando como um rapaz de Brasília, no final da ditadura, criou canções como ‘Que País é Este’, ‘Música Urbana’, ‘Geração Coca-Cola’, ‘Eduardo e Mônica’ e ‘Faroeste Caboclo’, verdadeiros hinos da juventude urbana dos anos 80 que continuam a ser cultuadas geração após geração por uma crescente legião de jovens fãs.
Uma dessas lendárias canções é apresentada em um cenário que simboliza o primeiro show da banda, realizado em Patos de Minas, um marco na vida dos integrantes. As imagens gravadas no interior de São Paulo trazem os primeiros integrantes da Legião Urbana- Renato Russo (vocalista e baixista), Marcelo Bonfá (baterista), Paulo Paulista (tecladista) e Eduardo Paraná (guitarrista)- cantando “Que país é este”, um dos maiores sucessos da banda.
O cenário do 1º show, produzido por Carlos Alberto Xaulim, mostra o palanque com as autoridades civis e militares da época e ainda o prefeito de Patos Minas, representado pelo vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra. A Rainha Nacional do Milho também foi lembrada, juntamente com toda a cultura do milho. Naquela histórica apresentação, a Legião Urbana com seu espírito questionador acabou desagradando as autoridades militares e o grupo teve que entrar na “rapa” e ir parar na delegacia. As imagens da prisão chegaram a ser gravadas, no entanto, o diretor, preferiu não inseri-las no filme.
A história foi lembrada pelo baterista Marcelo Bonfá em seu retorno a Patos de Minas em 2009. Nessa apresentação, no palco do Paiolão, que reuniu também integrantes do Kid Abelha, Titãs e Ira, o músico lembrou o show marcante. “Foi aqui mesmo, o primeiro show da Legião Urbana”, recordou. O fim da banda aconteceu em 1996 com a morte de Renato Russo. Mesmo assim, os álbuns continuam sendo vendidos. Ainda hoje, é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais vende discos de catálogo em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano.
Voltando ao filme, a estimativa é de que milhões de pessoas já tenham assistido ao longo. Na estreia, o filme foi o mais visto do ano com 471.541 espectadores, e está entre os nacionais de maior sucesso. “Somos tão jovens” mostra o início da carreira do vocalista da Legião Urbana até chegar ao sucesso, quando a banda foi para o Rio de Janeiro tocar no Circo Voador. O longa mostra um pouco da personalidade forte do cantor, inserindo de forma sugestiva sua homossexualidade. O filme continua em cartaz em muitas cidades do país, inclusive em Patos de Minas.
Curiosidades
Somos tão Jovens é dirigido e produzido por Antônio Carlos da Fontoura [Gatão de Meia Idade] e o roteiro é assinado por Marcos Bernstein [Chico Xavier, Central do Brasil e Zuzu Angel]. Como em todas as cenas musicais do filme, a captação de som do show é original. O público poderá ver Thiago e os atores cantando e tocando no palco num registro ao vivo, que reproduz o clima dos shows da época.
A direção musical é de Carlos Trilha, que participou da banda de apoio da Legião e arranjou e produziu dois CDs solo de Renato Russo, “The Stonewall Celebration Concert” e “Equilíbrio Distante”. Foram muitos meses de preparação para que Thiago cantasse e tocasse as músicas do longa em performances ao vivo.
Além de aulas de canto e violão, o ator teve a oportunidade de conhecer o cantor através dos olhos de pessoas muito próximas a ele, como o próprio Trilha. Dirigido porAntonio Carlos da Fontoura, Thiago Mendonça encarna o líder dos legionários em desempenho que impressiona pela semelhança.
Autor:
Farley Rocha
