Após uma denúncia anônima que informava que uma mulher estava pedindo socorro, a Polícia Militar levou para a delegacia nessa sexta-feira (21), em Patos de Minas, um empresário acusado de lesão corporal no âmbito da violência doméstica. A esposa dele apresentava ferimentos na boca, olhos, braços e pescoço. Para tentar encobrir as lesões, ele obrigou a esposa a se maquiar. No entanto, os policiais perceberam a tentativa de esconder as marcas.
De acordo com informações da Polícia Militar, a denúncia informava que havia uma discussão entre um homem e uma mulher dentro de uma residência, com a mulher gritando por socorro. No entanto, os gritos cessaram repentinamente, o que levantou suspeitas de que a vítima estivesse em perigo. As equipes da PM foram acionadas e se deslocaram ao local.
Ao chegarem à residência, os policiais foram recebidos pelo empresário, que afirmou ter discutido com a esposa mais cedo, mas disse que ela havia saído de casa. Os militares notaram que ele estava extremamente nervoso e inquieto. Durante a abordagem, ele tentou impedir a entrada dos policiais na casa e só permitiu o acesso após contato com seu advogado. Mesmo assim, ele resistiu às ordens dos policiais, sendo necessário o uso de força física gradativa para contê-lo, incluindo técnicas de imobilização e algemação.
Dentro da casa, os policiais encontraram a vítima visivelmente abalada, tremendo e chorando. Ela estava bem vestida e com maquiagem carregada, especialmente ao redor dos olhos. Inicialmente, a vítima negou que algo grave tivesse acontecido e disse não querer medidas contra o marido. No entanto, após ser acalmada e receber apoio da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica, ela revelou que sofre agressões constantes por parte do companheiro.
Em um diálogo reservado com uma policial feminina, ela contou que o marido a agrediu com socos e tapas, deixando-a com hematomas nos olhos, vermelhidão no pescoço e lesões no braço direito. Ela também relatou que ele a obrigou a se maquiar para esconder as marcas das agressões. A vítima ainda mencionou que o marido exerce controle total sobre sua vida, proibindo-a de frequentar a academia sem sua companhia.
Ela revelou que as agressões começaram após ele descobrir mensagens de um conhecido ela em seu celular. Ele teria arrancado mechas de seu cabelo e uma unha durante uma discussão em fevereiro. Na noite anterior ao ocorrido, ele ameaçou se suicidar com uma faca e chegou a usar uma corda para intimidá-la. A vítima afirmou que gritou por socorro durante a agressão, mas foi silenciada pelo marido.
Ela contou que, no dia anterior, ao tomar conhecimento desse contato, ele ficou extremamente alterado, quebrou o celular da declarante, arremessou-o contra a declarante e passou a agredi-la fisicamente. Ela disse que foi empurrada, chutada, atingida no rosto por uma botina arremessada por ele e teve a cabeça batida contra a parede diversas vezes. Ele ainda teria a enforcado e tentado tampar sua boca para impedir que pedisse socorro.
Após remover a maquiagem, ela mostrou as lesões aos policiais, que incluíam olhos roxos e hematomas no pescoço e braço. Ela confirmou que deseja representar legalmente contra o companheiro, temendo por sua integridade física.
Ele foi conduzido à Santa Casa de Misericórdia, onde foi atendido. Após o atendimento médico, ele foi levado à delegacia de plantão da Polícia Civil para registro do fato. O celular do autor foi apreendido para investigação de possíveis provas de violência doméstica. Ele já possui registros policiais, principalmente por lesão corporal, agressão e violência doméstica. Ela dispensou atendimento médico imediato, mas afirmou que procuraria o IML posteriormente, se necessário.
O caso reforça a importância da denúncia e do combate à violência doméstica, que continua a ser um grave problema social. A Polícia Militar e a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica seguem prestando apoio à vítima, que agora busca proteção e justiça.