Com o intuito de discutir as demandas regionais e levantar propostas para a Conferência Estadual de Saúde Mental, que acontecerá de 13 a 15 de maio, em Belo Horizonte, representantes da saúde mental de dezessete municípios da microrregião de Patos de Minas reuniram-se na quinta-feira (29-04).

Participaram profissionais da saúde, estudantes de psicologia, medicina, serviço social e enfermagem das universidades locais e usuários dos serviços, num total aproximado de trezentas pessoas. O evento foi organizado pela Gerência Regional de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde de Patos de Minas.

A Coordenadora Estadual de Saúde Mental, Marta Elizabeth de Souza, relatou a sua luta em fechar os hospitais psiquiátricos e a oportunidade de oferecer um tratamento mais humanizado às pessoas que sofrem de distúrbios mentais. “Atualmente, ainda temos cerca de mil pessoas que ainda estão internadas nestas instituições, mas, aos poucos vamos ampliando o número de CAPS, que hoje são 156 em Minas Gerais, sendo 3 na microrregião, e com isto, vai melhorando a rede de atenção em saúde mental”, avaliou.

“Devemos traçar fluxos e projetos políticos que garantam a qualificação dos profissionais, estrutura física adequada e investimento”, ressaltou Marema de Deus Patrício, secretária municipal de saúde de Patos de Minas, ao solicitar a todos para terem persistência, melhorar a Atenção Primária e articular as redes assistenciais.

Vilma Aparecida da Silva, usuária do CAPS de João Pinheiro agradeceu a oportunidade que teve para se tratar. “No CAPS, eu tive a minha vida de volta, estava com uma depressão que iria me levar à morte, mas hoje, com a ajuda dos meus amigos de lá, aprendi a lutar e cuidar mais de mim", relatou Vilma.

Após as discussões, os participantes elaboraram propostas como: trabalhar a saúde mental de forma intersetorial, aumentar os financiamentos federais e estaduais, fortalecer os recursos humanos por meio da educação permanente, melhorar a estrutura física e garantir o acesso dos municípios menores ao CAPS, desenvolver campanhas educativas e utilizar a mídia para conscientizar a população, humanizar o apoio aos familiares, criação de leito para o CAPS III em Patos de Minas, aumentar o número de centros de convivência, a Vigilância Sanitária fiscalizar com mais rigor as comunidades terapêuticas, garantir a reinserção social das pessoas que fizeram tratamento psiquiátrico, interação dos estudantes por meio de estágio, o Núcleo de Apoio às Equipes de Saúde da Família (NASF) e a Atenção Primária trabalharem mais integrados com a saúde mental.

Ao final da atividade, os participantes escolheram os 32 delegados e suplentes para participarem da plenária estadual, sendo seis gestores de saúde, oito profissionais intersetoriais e vinte e quatro representantes do serviço de saúde.

CAPS
O Centro de Atenção Psicossocial visa o atendimento em saúde mental numa perspectiva que objetiva cuidar do sofrimento psíquico, incentivar a autonomia dos indivíduos e sua permanência na família, na comunidade e no meio social. O Caps surgiu para substituir os hospitais psiquiátricos e para implantar um modelo de atendimento mais humano, mais eficiente e em parceria com a família, sendo um espaço que privilegia a convivência cotidiana, que constitui um lugar de acolhimento no qual o sujeito tem a oportunidade de receber um tratamento digno, buscando ainda a reinserção social, livre de estigmas e preconceitos.

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