Os caramujos sobem nas grades e muros percorrendo todo o quintal.

O caramujo africano se tornou uma verdadeira praga no Brasil e em Patos de Minas a situação não é diferente. Vários moradores já se depararam com o molusco que se reproduz rapidamente e pode transmitir doenças. O Centro de Controle de Zoonoses alertou a população sobre os cuidados que se deve ter no manuseio para evitar algo pior.

Em Bairros como Laranjeiras e Copacabana, diversos moradores já encontraram os caramujos. Eles sobem nas grades e muros. Percorrem os quintais e comem as plantas e jardins. Teve morador que relatou ter encontrado até 50 deles no interior do imóvel. Sem saber o que fazer, os moluscos foram apenas esmagados e jogados no lixo, o que não é recomendado.

O Centro de Controle de Zoonoses alertou para a forma correta de manuseá-los. De acordo com a veterinária, Gislaine Carvalho, o molusco deve ser manuseado com a proteção de luvas ou saco plástico nas mãos, colocando-os de molho em 3 litros de água com 1 copo americano de água sanitária e outro de sal. Eles devem ficar na solução durante 24 horas.

E não para por aí. As cascas devem ser colocadas inteiras dentro de saco plástico vedado e colocado no lixo comum para ser recolhido para o aterro sanitário. O líquido que sobra deve ser descartado na rede de esgoto. A veterinária orientou as pessoas a não pisarem nas cascas, pois os ovos podem se aderir ao calçado e serem espalhados para outros locais.

Segundo o Centro de Zoonoses, o caramujo africano transmite duas doenças: a meningite eosinofílica e a angiostrongilíase abdominal. A primeira é causada pelo parasita Angiostrongyluscantonensis, que passa pelo sistema nervoso central antes de se alojar nos pulmões. O ciclo da doença envolve moluscos e roedores, sendo o homem um hospedeiro acidental. A segunda é causada pelo parasita Angiostrongyluscostaricensis, muitas vezes é assintomática, mas em alguns casos pode levar ao óbito por perfuração intestinal e peritonite.

O caramujo africano foi introduzido no Brasil na década de 80, importado ilegalmente do leste e nordeste africano, como uma opção para substituir o escargot, com promessas de lucro imediato. Mas como a procura foi pouca e os prejuízos foram grandes, os criadores soltaram os moluscos na natureza.

Autor: Farley Rocha