Um jovem preso em 2013 que poderia receber uma pena de cerca de 22 anos de reclusão foi absolvido nessa terça-feira (26) em júri realizado em Patos de Minas. Hiago Eduardo de Oliveira Xavier, 20 anos, foi julgado pela morte de Rosilene Soares de Jesus, de 32 anos, e pela tentativa de homicídio contra Lucas Ferreira Porto, de 18 anos, ocorridas em 17 de outubro de 2013.
Hiago havia sido preso no dia do crime que aconteceu em um cruzamento na Rua Alzino Martelo, Bairro Alto da Colina. As vítimas estavam sentadas na porta de casa quando dois homens se aproximaram e abriram fogo. Foram pelo menos 10 disparos. Rosilene teria entrado na frente do companheiro, alvo dos disparos, e acabou levando um tiro na cabeça. Ela morreu na hora.
A outra vítima, Lucas, foi atingido na barriga e no tórax. Ele foi socorrido até o Hospital Regional e conseguiu sobreviver. No mesmo dia, Hiago foi preso e autuado pelo homicídio. A Promotora de Justiça, Vanessa Dosualdo, falou aos jurados que o crime teria sido motivado por rixas entre gangues que procuram o domínio do tráfico de drogas. A casa onde as vítimas estavam era um ponto de comércio de drogas.
Além do homicídio e da tentativa, Hiago foi denunciado também por corrupção de menores. A promotora argumentou que o acusado teria usado um menor para ajudar a cometer o crime. Mas a tese que prevaleceu foi a da negativa de autoria sustentada pelos advogados do réu. Dr. Thiago Alves Lima e Dr. Ânderson Alexandre Gonçalves argumentaram que as informações das testemunhas de acusação estavam muito confusas. “O cenário probatório foi confuso”, disseram.
Diante disso, os jurados entenderam que não havia elementos para a condenação e acabaram o absolvendo dos três crimes. Se condenado, de acordo com cálculos do Ministério Público, ele poderia pegar até 22 anos de reclusão. A absolvição deixou a defesa satisfeita. “Foi cristalizada a justiça”, falaram. E os advogados não vão parar por aí. Segundo Dr. Thiago, a defesa vai entrar com uma ação contra o estado pedindo indenização. “Ele ficou preso quase 730 dias injustamente. Ele estava com 18 anos, hoje está com 20 anos”, argumentou.
Autor: Farley Rocha
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