A partir deste mês a vacinação contra hepatite B irá abranger novos grupos etários, além dos já existentes, que focam menores de um ano e crianças e adolescentes de um a 19 anos.

O Ministério da Saúde inclui agora novos grupos considerados mais vulneráveis para a doença, gestantes, após o primeiro trimestre de gestação, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais militares, policiais civis e rodoviários, carcereiros de delegacias e penitenciárias, coletadores de lixo hospitalar e domiciliar, pessoas que convivem sexualmente com portadores de hepatite B, doares de sangue, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, pessoas reclusas em presídios, em hospitais psiquiátricos, instituições de menores e forças armadas.

Também foram incluídos manicures, pedicures e podólogos, populações de assentamento e acampamentos e populações indígenas, além de potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas, portadores de DSTs e caminhoneiros também deverão receber a vacina.


Conforme indicação médica, a vacina também estará disponível para pessoas infectadas com HIV, pessoas vivendo com Aids, convívio domiciliar contínuo com pessoas portadores de Hepatite B, doadores de órgãos sólidos ou de medula óssea, imunodeficiência congênita ou adquirida, doenças autoimune, doenças do sangue, fibrose cística (mucoviscidose), hemofílicos, portadores de hepatopatias crônicas e hepatite C, portadores de doenças renais crônicas, diálise, hemodiálise, imunodeprimidos, portadores de neoplasias (câncer) e transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea. Nas situações de abuso sexual e vítimas de exposição sanguínea (acidentes perfuro-cortantes ou exposição de mucosas) e em recém nascidos de mães portadoras de hepatite B, neste caso, além da vacina, é necessária a administração da imunoglobulina humana anti-hepatite B.


Controle da doença


Segundo a coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde(SES), Tânia Brant, o Ministério da Saúde considera que a ampliação da oferta da vacina para estes grupos contribuirá para a prevenção e o controle da doença. “Também são necessárias a adoção de estratégias para a ampliação da cobertura vacinal. Agora cada município terá mais autonomia e poderá montar ações para que o maior número de pessoas sejam vacinadas”, afirma.
A vacina também para estes grupos entra para o calendário vacinal. Cerca de 660 mil doses contra a doença foram disponibilizadas para este ano em todo o Estado. Em Minas 3.700 salas de vacinas foram disponibilizadas nas unidades básicas de saúde.


Formas de transmissão


Em 2009 foram notificados no Estado 992 casos da doença, já em 2010 não houve, até o momento, notificações da doença. A hepatite viral B é transmitida pelo sangue, esperma e secreção vaginal. Pode ocorrer por meio de relação sexual desprotegida ou compartilhamento de objetos contaminados, como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, equipamentos de manicures e podólogos, materiais para colocação de piercing e confecção de tatuagens. Também há risco de infecção quando usuários de drogas usam instrumentos comuns, tanto no caso das injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), como das inaláveis (cocaína) e das pipadas (crack). A transmissão também pode ocorrer da mãe infectada para o bebê. Acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança, são fatores de exposição à infecção pela hepatite B.