A Polícia Militar acompanhou a manifestação que manteve a rodovia fechada por cerca de 15 minutos.

Trabalhadores rurais sem-terra acampados na Fazenda Experimental da Epamig na região de Sertãozinho em Patos de Minas fecharam a MGC 354 em mais um protesto na manhã desta sexta-feira (15). A Polícia Militar apenas acompanhou a manifestação que manteve a rodovia fechada por cerca de 15 minutos. Depois disso, o trânsito foi liberado e voltou a fluir normalmente.

Desta vez o protesto dos trabalhadores rurais sem-terra foi no sentido de esclarecer informações veiculadas na imprensa, que segundo eles não são verdadeiras. Com registro de boletins de ocorrência, eles alegam que os equipamentos, como bomba d’água, balança e bebedouro foram retirados por funcionários da Epamig e guardados na sede da empresa.

Os trabalhadores rurais sem-terra contestam também a denúncia de sumiço de animais. Segundo eles, um bezerro que morreu de sede e de fome foi enterrado. Os assentados também acusam funcionários da Fazenda Experimental de cortarem as cercas da propriedade para incriminarem os trabalhadores.

Durante o protesto que fechou a rodovia, os trabalhadores usaram faixas e cartazes para defender a destinação da Fazenda de cerca de 800 hectares para a reforma agrária. Eles alegam que a propriedade é totalmente improdutiva e que os imóveis tombados pelo patrimônio histórico estão caindo aos pedaços por falta de cuidados.

Antes de encerrarem o protesto, os trabalhadores rurais sem-terra mandaram um recado para os funcionários da Epamig. Os assentados afirmaram que não vão mais permitir a entrada dos servidores da Fazenda Experimental. A partir de segunda-feira, por tanto, os funcionários da Epamig não terão mais permissão dos sem-terra para entrarem para o trabalho.

A invasão da Epamig aconteceu no início de 2014.  Sessenta e três famílias estão acampadas no terreno onde funciona a Fazenda que faz experimentos e trabalha com melhoramento genético. A Epamig havia conseguido uma decisão liminar de reintegração de posse, mas outra decisão do TJMG suspendeu a desocupação da área.

Autor: Maurício Rocha