A Polícia Civil de Patos de Minas apresentou na manhã desta quinta-feira (23) o resultado da Operação que apura a disputa pelo tráfico de drogas no alto da cidade. São 26 envolvidos em duas organizações criminosas, sendo que 8 foram presos ontem, 11 já estavam detidos em Presídios da região e 7 estão foragidos. Uma das facções está ligada ao PCC e os incêndios a ônibus ( leia mais ) e à viatura da Policia Militar ( leia mais ) foram feitos para pagar dívidas com a organização criminosa paulista.
A Polícia Civil está investigando as duas organizações criminosas há cerca de cinco meses. Segundo o delegado Everton Evangelista ficou apurado que após a prisão de Kessio Magalhães Rocha pela Polícia Federal no ano passado, Bruno Said passou a comandar o tráfico de drogas no Jardim Esperança. Mas Felipe Junior Borges, o Sapo, decidiu entrar no negócio e começou a vender droga mais barato. Foi assim que começou a disputa entre os dois grupos.
No início de dezembro do ano passado, o assassinato de Luiz Fernando da Silva, o Leitão, acirrou a rivalidade entre as duas facções. Leia mais. Leitão era braço direito de Bruno Said que, por sua vez, é ligado ao PCC. Com o aval da organização criminosa paulista, ficou acertada a morte de Luan, que seria o executor da morte de Leitão e de todo o grupo de Felipe. Entretanto, os assassinatos deveriam ser executados de forma ordenada, sem ferir inocentes.
De lá para cá diversas tentativas de homicídio foram realizadas, inclusive a que terminou com a estudante de oito anos ferida dentro de uma Van Escolar. Leia mais. Segundo a polícia, a ação desastrosa desagradou o comando do PCC, que cobrou do grupo de Bruno Said uma compensação. Eles ordenaram incêndios em ônibus do transporte coletivo e em viaturas de polícia para pagar pelo erro. O PCC também ordenou que a organização oferecesse ajuda financeira para a família da estudante atingida equivocadamente na ação, o que foi feito.
Além de elucidar os crimes, as investigações da Polícia Civil identificaram os integrantes das duas organizações criminosos. Foram cumpridos 26 mandados de prisão e de busca e apreensão nessa quarta-feira em Patos de Minas e em outras cidades. Bruno Porto Rodrigues, o Bruno Said, foi preso na cidade de Uberaba, como adiantou o Patos Hoje. Ele estava em companhia de Kael Vasconcelos Marcos Evangeslita e Kaio Pablo Alves e portavam um forte armamento e muita munição. A companheira de Bruno também foi presa. Eles permaneceram em Uberaba e não foram apresentados.
Em Patos de Minas, foram presos nessa quarta-feira (22) Tainan Faria de Lima, conhecido como Lucas, Luan Henrique Ribeiro do Valle, o Luanzinho, e Danilo Henrique Ribeiro do Vale. Na cidade de Araxá, os investigadores prenderam Fernando Pereira Andrade, conhecido como Daleste, que também seria integrante do PCC. Também foram identificados integrantes dos dois grupos que já estão presos.
No Presídio Sebastião Satiro em Patos de Minas estão Adailson Francisco Lopes (Du Leite), André Marcos de Araújo (Repolho), Leandro de Campos (Serere), Lucas Junio de Queiroz (Fornalha), Kesley Silva Caetano (Playboy), Washington Luiz da Silva Vieira (Neguinho), Renato Santos do Amaral (Chaparral), Mauro Lopes Martins (Maurin) e Jucélio Costa da Silva.
No Presídio de Uberaba está Eliomárcio da Silva (Tenebroso). Na Penitenciária Jacy de Assis em Uberlândia está Wesley Luiz da Silva (Fuzil) e também há um adolescente no Ceip de Patos de Minas que não foi apresentado. Além disso, há sete autores foragidos. Ilmar Pereira Moreira, Gabriel Henrique Alves Moeira (Moela), Kalyman Willian Alves (Boy), Alisson Guimarães Batista (Narigudo), Youssefer Charles Pinto, Edivarde Fábio Soares (Caborge) e Felipe Junio Borges (Sapo) que tiveram os mandados de prisão expedidos, mas não foram encontrados.
Ao todo, foram identificados 26 autores das duas organizações. A Polícia Civil não informou quantos do grupo de Bruno Said aderiram ao PCC. Além da elucidação de diversos crimes, os investigadores também identificaram os executores e os mandantes. De acordo com o delegado Luiz Mauro Sampaio, as investigações ainda terão prosseguimento. Ainda falta prender os dois homens que atearam fogo aos ônibus do transporte coletivo.
Autor: Maurício Rocha
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