Os casos de violência contra mulher não param de acontecer em Patos de Minas. Um homem de 35 anos foi preso em flagrante na noite dessa sexta-feira (5) suspeito de ameaçar de morte sua ex-companheira, com quem teve um relacionamento de três anos e possui um filho em comum. A vítima relatou para os policiais que o ex sempre envia ameaças pelo whatsapp e depois apaga ou são de visualizações únicas. O desentendimento começou quando a vítima pegaria o filho com ele.

De acordo com informações da Polícia Militar, a vítima relatou que, ao tentar combinar a entrega do filho por meio de um aplicativo de mensagens, iniciou uma discussão com o ex-companheiro. Ele teria proferido xingamentos e, em seguida, ameaçado matá-la, dizendo: "Vem aqui na minha casa fazer graça que você vai ver o que eu vou fazer com você! Eu vou acertar com você, pode me esperar! Uma ligação que eu fizer aqui o seu irmão que mora em outra cidade já era".

A vítima informou ainda que não era a primeira vez que sofria ameaças e que já havia sido agredida fisicamente por ele em diversas ocasiões, inclusive com direito a registro policial anterior e medida protetiva – que, segundo ela, ele teria descumprido. Ela afirmou que o ex costuma enviar ameaças por mensagens de áudio ou texto que são programadas para serem apagadas após a visualização, dificultando a comprovação.

Durante o atendimento, a vítima preencheu um Formulário de Avaliação de Risco, no qual detalhou um histórico grave de violência. Ela afirmou que já sofreu agressões físicas como enforcamento, chutes, tapas, empurrões e puxão de cabelo, além de ter sido forçada a manter relações sexuais contra a vontade. Relatou ainda que o agressor pratica perseguição, ciúmes excessivos e controle sobre sua vida, proibindo-a de trabalhar ou estudar, e que as agressões vêm se tornando mais frequentes e graves nos últimos meses.

Ele também foi descrito como usuário frequente de bebidas alcoólicas, maconha e cocaína. Apesar de a vítima não saber se ele tem acesso a arma de fogo, ela demonstrava medo intenso durante o relato, chegando a chorar.

Questionado pela PM, ele negou ter feito ameaças. Disse que apenas combinou a entrega do filho e sugeriu que a ex-companheira fosse buscá-lo de carro por aplicativo, pedindo que ela evitasse discussões na porta de sua casa. Admitiu ter as chaves do apartamento dela, mas afirmou que só entrava no local com autorização.

Diante da narrativa da vítima, da condição de ex-companheiros e do histórico apresentado, os policiais informaram o acusado de seus direitos e o prenderam em flagrante pelo crime de ameaça (art. 147 do Código Penal). Ele foi conduzido à Delegacia de Plantão da Polícia Civil para os procedimentos cabíveis. A criança foi entregue à mãe e ficou sob os cuidados de uma vizinha, enquanto ela foi encaminhada à delegacia para representar criminalmente contra o agressor.

O caso foi registrado como “Ameaça”, com naturezas secundárias de “Atendimento de denúncia de infrações contra a mulher (violência doméstica)” e “Descumprimento de medida protetiva de urgência”. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil.