O réu confessou grande parte dos fatos apontados na denúncia.

O acusado de cometer um dos crimes de maior repercussão dos últimos anos em Patos de Minas foi levado a Júri Popular nessa quarta-feira (08). Moacir da Costa Borges, de 42 anos, foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, tortura e pela utilização de meios que não deram chances de defesa à vítima, além de ocultação de cadáver. O crime aconteceu no dia 04 de julho de 2010.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Moacir descobriu que sua esposa Janaína dos Reis Andrade estava tendo um caso extraconjugal com o motorista Aparecido Eli Rosa. Revoltado com a traição, o acusado teria armado um plano para se vingar do desafeto. Primeiro, ele tentou dar o troco no motorista com a mesma moeda, saindo com a mulher dele. Como ela não aceitou, Moacir teria decidido matar Aparecido.

Segundo o assistente de acusação, o advogado Marcius Vagner, Moacir fez com que Janaína ligasse para Aparecido marcando um encontro. Na hora marcada, ele foi levado para o porão da casa no bairro Jardim Paulistano, que já estava preparado para o crime. No imóvel os investigadores encontraram equipamentos de tortura com choque elétrico e gasolina, que segundo os policiais seria usada para incinerar o corpo.

Moacir foi preso alguns dias depois. Ele negou participação no crime, mas durante o julgamento decidiu confessar. O réu disse que descobriu a traição e decidiu dar um susto em Aparecido Eli, mas que as coisas fugiram do controle. Além da confissão, Moacir denunciou a ex-mulher como co-autora do crime. Janaína já foi julgada e considerada inocente. Mas o Ministério Público recorreu e um novo julgamento deverá ser realizado.

O advogado de Janaína, José Ricardo Souto, assistiu ao julgamento. Ele voltou a afirmar que ela não teve nenhuma participação no crime. Com relação a afirmação de Moacir de que Janaina participou do homicídio, tendo inclusive amarrado Aparecido, José Ricardo disse que isso foi mais uma etapa do plano de vingança do réu pela traição que sofreu.

No depoimento, Moacir não quis responder às perguntas feitas pelo advogado de Janaína. A defesa se baseou na tese de que ele queria apenas dar um susto em Aparecido, mas que a situação acabou fugindo do controle. Ao reagir, o motorista teria sido morto com quatro tiros, três no peito e um na cabeça.

Depois de ouvir acusação e defesa, os jurados decidiram pela condenação de Moacir da Costa Borges. O juiz fixou a pena em 14 anos de prisão em regime inicialmente fechado. O novo julgamento de Janaína ainda não tem data marcada.

Autor: Maurício Rocha