O Tribunal do Júri deu uma reposta rigorosa em um caso de violência contra a mulher que chocou Patos de Minas. Na tarde desta quarta-feira (19), o jovem Mauro Vinícius Expedito Silva, de 25 anos, foi condenado a mais de 46 anos de prisão por matar a esposa, Yasmin Araújo Castro e Silva, de 23 anos. O crime aconteceu na frente da filha e ainda postou disparando no rosto dela. Esta foi uma das penas mais duras fixadas no Tribunal do Júri na cidade.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Mauro Vinícius efetuou diversos disparos contra Yasmin no dia 25 de agosto de 2024, dentro da casa onde moravam no bairro Jardim Vitória II. O motivo do crime, considerado fútil pela acusação, foi a suspeita de traição.
Após garantir a morte da companheira, o réu ainda vilipendiou o cadáver, efetuando novos tiros contra o corpo da vítima. Em seguida, filmou a cena e postou o vídeo no seu status do Whatsapp, alegando que Yasmin o teria traído. A ação teve como objetivo macular publicamente a honra da vítima.
O crime foi qualificado como feminicídio por ter sido praticado contra uma mulher em contexto de violência doméstica e familiar. A pena elevada também se deve porque o feminicídio foi por motivo fútil; mediante recurso que dificultou a defesa da vítima (uso de arma de fogo); e na presença da filha de Yasmin.
Após a conclusão dos ritos do Tribunal do Júri, o corpo de jurados, composto totalmente por mulheres, formou maioria para a condenação. O juiz Vinicius de Ávila Leite sentenciou Mauro pelo feminicídio triplamente qualificado a 45 anos de reclusão, que deverá ser inicialmente cumprido em regime fechado. Esta é uma das penas mais severas já aplicadas pelo Tribunal do Júri da comarca de Patos de Minas. Ele também foi condenado por vilipêndio de cadáver, em concurso formal, e com a aplicação da Lei Maria da Penha, cuja pena foi fixada em mais 1 ano e 9 meses.
Familiares e amigos da vítima que acompanharam o julgamento celebraram a pena. Eles lotaram o plenário do Salão do Júri. Ao final, Mauro Vinícius fez gestos enquanto era conduzido pelos Policiais Penais. Mauro será levado para a Penitenciária de Patrocínio, onde deve cumprir a pena. A lei estabelece que ele deve cumprir pelo menos 60% da condenação, no caso cerca de 27 anos.
Do lado de fora do Fórum, familiares e amigos se reuniram e rezaram um Pai Nosso. Jordana Araújo, prima da Yasmin, afirmou que a condenação alivia um pouco a dor de ter perdido a familiar. “Saber que ele vai sofrer lá por alguns anos já ajuda”, afirmou a mulher.
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