Um caso absurdo de violência contra a mulher foi atendido pela Patrulha de Prevenção a Violência Doméstica (PPVD), em Patos de Minas, nesta segunda-feira (14). Uma mulher de 47 anos voltou a ser vítima do ex-companheiro, de 40 anos, que ligou por diversas vezes e em números diferentes para a vítima. Além de pedir dinheiro, o homem disse que iria matar o filho da mulher e os pais dela, antes de matá-la, para fazer ela sofrer. O acusado estava preso, mas havia ganhado liberdade, no dia 10 de outubro, sem o uso de tornozeleira eletrônica.

Segundo informações da Polícia Militar, a PPVD entrou em contato com a mulher para marcar uma visita de protocolo. Por ligação, os policiais foram informados que o ex-companheiro dela havia acabado de fazer uma ligação. A vítima possui medida protetiva de urgência contra o homem.

O homem fez a primeira ligação às 09h10 e disse que queria R$300,00, em dinheiro, para ir embora para João Pinheiro. A vítima disse que não o ajudaria mais, que não era para ele procurar por ela e desligou o celular, em seguida. Por volta das 11h20, o homem ligou novamente, dessa vez utilizando o contato de um restaurante e, quando a vítima atendeu, ele disse que queria que ela levasse R$100,00 para ele e deixasse em um bar, no bairro Caramuru, se não ele iria atear fogo no carro dela.

As ligações e ameaças não pararam por aí. Por volta de 12h20, o homem ligou utilizando o contato de uma loja de bicicletas e disse que não iria ficar sofrendo desse jeito, que faria a vítima sofrer aos poucos. O homem afirmou que mataria o filho dela, em seguida os pais dela e, logo após, mataria a mulher. A vítima tentou ligar para o 190, mas a ligação não completava, então ela ligou para a PPVD.

Os polícias iniciaram as diligências para localizar o homem, já que ele não tem endereço certo. Os militares foram até as lojas de onde o homem fez as ligações. Na loja de bicicletas, uma funcionária informou que o homem esteve no local e pediu o telefone emprestado. O homem ainda escolheu uma bicicleta marca OGGI 7.0, no valor de R$3.490,00, e afirmou que a compraria, mas que iria pagar quando fosse entregue. O homem informou o endereço da vítima. A funcionária se recusou a fazer a entrega antes do pagamento e o homem foi embora.

A vítima entrou em contato novamente com a PPVD e contou que recebeu a ligação de um guarda que disse que o homem havia consumido bebidas em um bar e pediu para ligar para ela, pois ela quem iria fazer o pagamento. A vítima explicou a situação para o guarda e em seguida informou para a PPVD.

Nesse momento, um policial recebeu a ligação de outro militar de que havia um homem sendo contido por comerciantes em um bar, no centro da cidade. Uma viatura foi até o local e se deparou com o homem, que estava fazendo as ameaças contra a vítima, sendo contido por frequentadores do bar. Ele havia consumido três latas de cerveja e dois maços de cigarro, totalizando R$27,00. O proprietário informou que o homem tentou sair do local sem pagar, após ter ligado para uma pessoa que ele dizia ser sua esposa.

O homem foi preso em flagrante e conduzido ileso para a Delegacia de Plantão de Patos de Minas. A Polícia Militar destacou que existem outros seis boletins de ocorrências em que a mulher foi vítima do homem. O acusado estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, antes de ser preso pela última vez e foi liberado no dia 10 de outubro sem o dispositivo.

Além do descumprimento da medida protetiva, o homem pode responder por tentativa de estelionato, ameaça e por ter se negado a pagar o que consumiu no bar.