O transplante de Medula Óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e outras doenças do sangue. É na solidariedade das pessoas que os parentes e amigos se apegam para salvar a vida do pequeno Arthur. Os pais iniciaram uma campanha nacional para tentar encontrar um doador compatível com o garoto. A mobilização leva centenas de pessoas às unidades de saúde e trazem à tona a discussão sobre a doação da Medula Óssea.

A maioria das pessoas não conhece os procedimentos para se tornar um doador de Medula Óssea. Simone Lima, assistente social do Hemocentro de Patos de Minas diz que o procedimento é muito simples. “O paciente vem até a unidade da Hemominas, participa de uma palestra de 5 minutos e faz retirada de 5mls de sangue do braço. A amostra é encaminhada para um exame que vai determinar as características genéticas necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente”, explica. Isso pode ser feito em qualquer parte do país.

Todas as pessoas com idade entre 18 e 54 anos e que tenha boa saúde podem se tornar doadoras de Medula Óssea.  A amostra vai para um cadastrado nacional, que já conta com mais de 2 milhões de doadores. Toda vez que aparece um paciente precisando de transplante é feito um cruzamento de informações para verificar a compatibilidade. No caso do Arthur, este procedimento foi feito, mas nenhum doador registrado no cadastro foi considerado compatível.

A chance de encontrar um doador compatível entre irmãos, filhos de mesmo pai e mesma mãe, é estimada em 25% a 30%, aproximadamente. Entre pessoas não aparentadas, essa possibilidade pode chegar a 1 para 100.000 candidatos cadastrados. Por isso, quanto mais gente se tornar doadora, maior será a chance de cura para as pessoas que estão na fila.

Se o candidato for considerado compatível com um paciente, ele será consultado, mais uma vez, para decidir sobre a doação. Com a confirmação do doador, outros testes sanguíneos serão feitos para confirmar a compatibilidade. Em seguida, o candidato passa por rigorosos exames para avaliação da sua saúde e, se tudo der certo, ele se tornará um doador.

A coleta é feita através de punções no osso da bacia, por meio de agulhas especiais, sob efeito de anestesia. Os doadores passam por um pequeno procedimento cirúrgico, de aproximadamente 90 minutos. A coleta também pode ser feita por via periférica, que se assemelha a uma doação de sangue. Não necessita internação, nem anestesia.

Para fazer o transplante, o paciente é tratado com quimioterapia, que destrói sua própria medula, e recebe a medula óssea doada por meio de transfusão. Em duas semanas, a medula óssea transplantada já estará produzindo células novas. Para os doadores, os riscos são praticamente inexistentes. Apenas 10% da medula óssea é retirada e dentro de poucas semanas a medula doada será recomposta pelo organismo.

Por causa do grande número de doadores motivados pelo drama do pequeno Arthur, o Hemocentro de Patos de Minas ampliou o horário de atendimento e está fazendo a coleta também na parte da tarde. Outras informações e agendamento podem ser feitas através do telefone (34) 3822 9646.

Autor: Maurício Rocha