Os proprietários fixaram cartazes enfatizando a proibição do uso do aparelho.

Várias empresas em Patos de Minas estão proibindo que os funcionários utilizem o aparelho celular durante o expediente. A principal queixa, por parte dos empregadores, é devido à falta de atenção e de foco que o aparelho pode causar no trabalhador. Algumas empresas disponibilizam armários para que o celular seja guardado no início do turno de trabalho. Em outras, os proprietários fixaram cartazes enfatizando a proibição do uso do aparelho. Recentemente, a justiça condenou uma policial militar por não empenhar viaturas no caso da morte do empresário patense, filho do ex-vice-presidente administrativo do Esporte Clube Mamoré, Higor Fonseca, 26 anos, e a esposa, Rafaela D’Eluz Giordani de Sousa, 21 anos. A militar teria feito uma postagem nas redes sociais quando trabalhava no Copom.

Após receber queixas tanto de empregadores quanto de funcionários, o Patos Hoje entrou em contato com várias empresas, de vários ramos, para saber qual a política de trabalho adotada pelos proprietários em relação ao uso do aparelho celular durante o horário de trabalho. Cleide Denise, proprietária de uma padaria disse que a empresa lida com clientes diretos o tempo inteiro e por isso é preciso uma maior atenção. “Nós resolvemos proibir para que seja dada a atenção necessária ao cliente e também para uma maior eficiência no trabalho”.

Em contato com Marcos Deberaldini, Gerente Administrativo de uma empresa de alimentos, o local oferece armários para que os funcionários possam guardar seus pertences, inclusive os aparelhos celulares, antes de entrar para o setor de trabalho. “Aqui na empresa é terminantemente proibido o uso de celular, uma vez que nós trabalhamos com alimentos e a higiene é fundamental, sendo assim o uso do objeto não pode ser permitido até para não contaminar os nossos produtos”.

Ele ainda conta que, apesar dos armários e das placas indicativas, é muito difícil impedir que algumas pessoas ainda utilizem o aparelho. “Nossas medidas são as seguintes, o funcionário que é encontrado mexendo no celular é advertido e se continuar com a prática ele é suspenso até acarretar em uma demissão por justa causa. É uma determinação da empresa e precisa ser acatada”.

E o uso inadequado do aparelho celular, tanto para fazer alguma postagem quanto para fazer alguma ligação, pode ter sérias consequências. A justiça condenou uma policial militar de Araxá por prevaricação e negligência no caso que chocou Patos de Minas e Araxá. O empresário patense e a esposa acabaram mortos com requintes de crueldade, sendo que a perícia identificou cerca de 120 facadas nos corpos das vítimas. Durante as investigações, ficou constatado que Rafaela havia feito duas ligações para o 190 informando que a casa estava sendo invadida, mas as viaturas só foram empenhadas horas depois.

Na acusação contra a policial militar, pesaram os fatos de que ela estaria em horário de expediente, postando informações sobre sua atuação como fisiculturista nas redes sociais. Foram identificadas postagens nas redes sociais da PM, inclusive no dia do crime, em que ela estava atendendo no Copom. A defesa da policial já recorreu e nega as acusações. A defesa disse em nota que as postagens nas redes sociais são feitas pelo marido que é quem administra os conteúdos da militar que também atleta.