Foto: Nivaldo Assunção

Os trabalhadores em educação de Minas Gerais permanecem em greve, iniciada em 8 de abril em todo o Estado. A decisão foi definida em assembleia, ocorrida na quarta-feira (21), em São João Del-Rei. Desde o dia 19, as Escolas de Coromandel “ALÍRIO HERVAL” e “JOAQUIM BOTELHO” entraram em greve por tempo indeterminado, juntamente com outras escolas do município, E.E “José Emilio de Aguiar”, E.E. “Tancredo de Almeida Neves”. Para fortalecer a reivindicação por melhores condições salariais mais duas escolas, na tarde dessa segunda (26), também aderiram ao movimento, são elas: E.E. “São Geraldo” e E.E. “J.J. de Assunção”. Na cidade vizinha a Coromandel também a E.E. “Pedro Álvares Cabral” aderiu ao movimento grevista nesse último sábado (17), que era letivo na instituição.

Segundo os professores de Coromandel não é justo ficarem de braços cruzados e ninguém fazer nada pela educação, a hora é essa de reivindicar melhorias em prol da melhor educação, e aliar-se à categoria e buscar corrigir essa defasagem salarial. Na tarde da segunda-feira (19), foi realizada uma reunião ordinária na Câmara Municipal, grande parte dos servidores das escolas de Coromandel estiveram presentes. A categoria reivindica medidas urgentes dos vereadores, e pediram para que os mesmos enviassem a todos os órgãos competentes da política, uma carta de “desabafo” dos servidores das escolas da cidade. Os nove vereadores da cidade encaminharam um requerimento a diversos deputados, secretária e governador do Estado da Educação de Minas Gerais.

Apitos e buzinas assinalaram a pacata Coromandel nessa tarde de segunda (26), servidores das escolas estaduais realizaram uma passeata saindo da Praça Abel Ferreira e percorrendo várias ruas e avenidas principais da cidade, simplesmente um ato de democracia. Pais, professores e alunos estiveram presentes ao movimento. O objetivo da passeata foi mostrar para a comunidade a importância dos professores para o desenvolvimento crítico e consciente dos alunos, cidadãos pensantes de amanhã, e ainda destacar a falta de respeito político em relação à educação do país, especificamente no estado de Minas Gerais, com o intuito de compreenderem a realidade em que estamos inseridos.


A principal reivindicação dos servidores é a implementação do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) de R$1.312,00 (valor atual). A direção do Sindicato explica que o reajuste salarial de 10% anunciado pelo ex-governador Aécio Neves não atende os profissionais da educação. O Sind-UTE afirma que, ao contrário do que foi divulgado pelo governador, atualmente temos um teto salarial e não piso salarial, ou seja, o valor de R$935,00 corresponde ao total da remuneração. Minas Gerais tem o 8º pior salário do país. A próxima assembleia está marcada para o dia 29 de abril, em Belo Horizonte, no Pátio das Bandeiras, ALMG, seguida de manifestação. Nessa terça, vários professores de Coromandel e Abadia dos Dourados foram para a cidade de Uberlândia-MG, para tentarem traçar novos rumos do movimento no Estado.

No tocante à qualidade, é preciso entender que, para alcançá-la, são imprescindíveis as condições subjetivas do profissional em educação. Estamos falando de condições de trabalho, formação do profissional, jornada e salários”, afirma a Coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais.