O Tribunal do Júri voltou a se reunir na tarde desta quinta-feira (30) no Fórum de Patos de Minas para julgar Célio Batista Silva, conhecido como “Kiko”, e João Vitor Batista Silva, conhecido como “Dulinha”, o primeiro tio do segundo. Eles foram acusados de matar, por espancamento e golpes de pedaço de pau e de faca, Robson Roberto Araújo na noite do dia 19 de dezembro de 2022, no Distrito de Alagoas. Os acusados negaram o crime, mas uma testemunha relatou que ouviu a vítima pedindo socorro e viu os dois na cena do crime, inclusive com Célio segurando um pedaço de pau. Eles devem ficar por vários anos atrás das grades.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Robson havia se dirigido para o “Bar da Vanice”, local que costumava frequentar, e após consumir duas cervejas e uma dose de pinga, por volta das 20h30, decidiu ir embora, deixando a bicicleta no bar e saindo a pé. Em seguida, ele foi abordado por Célio e João Vitor que desferiram diversos golpes de faca e outro instrumento contundente, causando vários ferimentos. A vítima chegou a ser socorrida por terceiros e depois transferida para uma ambulância do SAMU. No entanto, mesmo após várias manobras de reanimação, acabou vindo a óbito.

Antes dos debates entre acusação e defesa, foram ouvidas 4 testemunhas, incluindo o delegado de crimes contra a vida Luís Mauro Sampaio. O delegado explicou que as provas indicaram que Célio e João Vitor mataram Robson para se vingarem de uma agressão a faca de que Robson teria praticado no ano de 2015 contra o pai/avô dos acusados. Outra testemunha relatou que, no dia do crime, teria saído para urinar, e viu Célio e João Vitor deixando um matagal, quando ouviu Robson pedindo socorro. Ele foi até o local e viu Célio ainda com um pedaço de pau na mão. A testemunha chegou a adverti-los, mas Célio mandou a testemunha não intervir.

Tanto Célio, quanto João Vitor negaram o homicídio, dizendo que estavam em outros locais na hora do crime. Eles disseram que as testemunhas os apontavam como autores do crime porque ninguém gosta deles na comunidade por serem usuários de droga e por terem praticado outros crimes no distrito. Célio negou que o motivo do crime seria por vingança da agressão de Robson contra o pai, dizendo que não tinha proximidade com o genitor e que ele vivia espancando a mãe. No entanto, João Vitor destacou que a morte do avô, ocorrida anos depois da agressão, aconteceu porque a facada desferida por Robson teria contribuído para o surgimento de câncer que vitimou o familiar.

Célio e João Vitor, que se encontram presos no Presídio de Patos de Minas desde a época do crime, foram denunciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe (vingança), meio cruel e à traição e ainda por terem furtado o celular da vítima. Após os debates, os jurados condenaram Célio a 19 anos de reclusão e João Vitor a 16 anos e 4 meses.