Para um Paiolão lotado, Roberto Carlos já subiu ao palco falando que havia vencido na vida.

Imagine uma criança que fugiu de um centro de internação por dezenas de vezes por inúmeros atos infracionais. Esta foi a vida do Pedagogo Roberto Carlos até conhecer uma pessoa extraordinária. Maltratado e sem nenhuma perspectiva de vida, ele foi adotado por uma francesa que lhe ensinou a viagem da vida. Foi essa história que o palestrante contou na noite dessa terça-feira (29) no COMINE e emocionou os presentes.

Para um Paiolão lotado, Roberto Carlos já subiu ao palco falando que havia vencido na vida. Morava em uma grande casa e possuía carro importado. “É preciso falar bem de você. A autoestima é um dos primeiros passos”, afirmou. E continuou falando da situação no Brasil. A crise é mundial. Só a Alemanha não está passando por problemas”, afirmou. “Há os brasileiros que choram e os outros que vendem lenços. Qual deles você quer ser?”, questionou.

Para ilustrar esta situação, ele mostrou como as pessoas devem encarar as dificuldades contando a história de um senhor que vendia de tudo em seu comércio. Mas um dia, ele recebeu a ligação do filho dizendo que não podia investir mais porque na crise ninguém comprava nada. Com isso, as mercadorias acabaram e as pessoas passaram a comprar no comércio vizinho. “A crise é para todo mundo ou é opcional?”, questionou.

Depois, o palestrante mestre em educação começou a sua incrível história de superação. Nascido em uma família de 10 filhos em uma favela em Belo Horizonte, ainda criança foi levado para uma Febem- Centro para Menores Infratores da época- onde ao invés de ser ajudado foi maltratado. Fugiu do estabelecimento por diversas vezes, foi estuprado, usou drogas e praticou diversos delitos. Chegou a tentar suicídio, mas o trem passou ao lado onde se deitou.

Em certo dia, quando estava com 13 anos, já dado como caso perdido, Roberto Carlos conheceu uma francesa que lhe indicou a direção da vida. Com muito carinho e atenção, ela o convidou para morar em sua casa e conseguiu remover todos os traumas do palestrante que aprendeu a falar francês e se tornou um pedagogo. Atualmente, Roberto Carlos possui 25 filhos adotivos, todos com histórias semelhantes à do pai. “Todos têm uma habilidade especial”, afirmou.

Ele contou que todas as pessoas possuem certas habilidades, no entanto poucas conseguem identificar e trabalhar estas aptidões. “Quando as pessoas descobrem, nascem os gênios”, afirmou. E para ser uma pessoa extraordinária é preciso de força para acreditar, fôlego para não desistir e flexibilidade para equilibrar as atitudes. “Para ser extraordinário, você precisa sempre fazer mais do que lhe foi pedido”, destacou.

Após quase duas horas de palestra, ele encerrou a apresentação ressaltando que a essência da vida é a viagem e não a conquista. “É preciso deixar a ansiedade de lado e acreditar naquilo que se faz”, afirmou. Ele foi aplaudido de pé pelos presentes que ficaram impressionados com a habilidade dele com as palavras. Mesmo com uma história muito difícil, ele conseguiu a todo momento arrancar gargalhadas do público. Nesta quarta-feira (30), o XII COMINE receberá o policial do Bope, Paulo Storani.

Autor: Farley Rocha