O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Patos de Minas divulgou os registros referentes ao primeiro semestre de 2024 sobre a violência contra a mulher no município. Os números são impressionantes. Foram 651 registros no período de janeiro a junho, o que representa uma média de mais de 3,5 casos de violência doméstica por dia.
A decisão de divulgar os dados, ocorre dentro do mês de agosto, em celebração ao Agosto Lilás, movimento que surgiu para conscientizar e marcar o aniversário da Lei Maria da Penha (Lei n.º 11.340/2006), sancionada em 7 de agosto de 2006, uma das principais legislações brasileiras no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. Dentre as ações do Conselho, destaca-se a maior divulgação dos órgãos competentes e dos canais de apoio, para que as mulheres possam buscar ajuda em caso de violência, em seus variados tipos.
“Apesar dos números elevados e assustadores, o aumento nas denúncias e nas medidas protetivas mostra que as mulheres da cidade se sentem amparadas e empoderadas para denunciar seus agressores ou as violências sofridas, não permanecendo mais sozinhas ou caladas. No entanto, sabemos que muitos casos ainda são subnotificados, e o número real de abusos e violências é provavelmente maior”, afirma Nathália Persi, atual presidente do Conselho da Mulher de Patos de Minas.
Além das 651 ocorrências registradas pela Polícia Militar no primeiro semestre deste ano, a Delegacia de Mulheres também recebeu pedidos de medidas protetivas em 221 casos. Também foram registradas cinco tentativas de feminicídios no primeiro semestre de 2024.
Os tipos de violência contra a mulher não se limitam à física ou sexual. A Lei Maria da Penha reconhece diferentes tipos que afetam as mulheres em contextos domésticos e familiares, como também a violência psicológica; a patrimonial ou a moral.
Em Patos de Minas, qualquer mulher que precise de apoio, orientação ou atenção pode entrar em contato com a Casa da Mulher pelo telefone (34) 3822-9827 ou em sua sede na rua Cinco de Maio, 129, segundo andar -bairro Antônio Caixeta. Não é necessário que essa mulher tenha boletim de ocorrência, encaminhamento ou medida protetiva; basta procurar pela equipe, que ela será atendida.
Mas o que é a Casa da Mulher?
É um espaço de acolhimento e atendimento integral à mulher em situação de violência doméstica. Por meio dos serviços ofertados, busca-se prevenir futuros atos de agressão, promover a interrupção do ciclo da violência e contribuir para o fortalecimento e empoderamento delas.
É importante salientar também que casos de violência devem ser denunciados e que a informação tem poder. Cada vez mais, homens e mulheres devem falar sobre o assunto para conscientizar o meio e diminuir esta realidade.
Em caso de violência sexual, ocorrido em até 72 horas, procure imediatamente o Hospital Regional. Após as 72 horas, o órgão a ser procurado deverá ser o SAE. Em caso de emergência, presenciando ou sofrendo violência, ligue imediatamente para o 190.
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