Já imaginou ter a sua principal atividade econômica suspensa de uma hora para outra e passar um ano inteiro tendo que buscar alternativas para garantir o sustento da família? É o que vem ocorrendo com os integrantes do setor cultural em Patos de Minas. Promotores de eventos, produtores culturais, artistas, músicos, artesãos e toda a cadeia que eles movimentam reclamam da falta de diálogo e de apoio por parte da Administração Municipal.

Representantes de pelo menos 13 movimentos culturais de Patos de Minas protocolaram ofício na Prefeitura e no Ministério Público Estadual relatando insatisfações vividas pela classe nesses primeiros meses de governo, e apontando reivindicações visando o futuro da cultura em Patos de Minas. “Bastante afetada com a pandemia, a classe cultural espera que, a partir de agora, o diálogo seja aberto junto a gestão municipal, para que os anseios dos grupos artísticos possam ser avaliados e, posteriormente, atendidos pelo município”, diz o ofício encaminhado ao prefeito Luís Eduardo Falcão.

Segundo o ofício encaminhado ao prefeito, os movimentos pedem que a atual equipe da Secretaria Municipal de Cultura estabeleça amplo diálogo com a classe artística e cultural patense, visando discutir políticas públicas, os reais anseios da classe e a promoção de ações e projetos para utilizar os valores que encontram-se alocados nos fundos municipais pertencentes à pasta. Outra solicitação é para que os recursos disponibilizados nos três fundos municipais (Cultura, Patrimônio e Turismo) sejam mantidos, e não desviados para outros setores.

A classe artística foi uma das mais afetadas ao longo da pandemia do coronavírus. No ano passado, recursos federais da Lei Aldir Blanc trouxeram alívio momentâneo aos artistas, produtores e prestadores de serviços ligados à cultura. Foram distribuídos cerca de oitocentos mil reais em Patos de Minas, via edital. Na época, entidades culturais encabeçaram os projetos e, em novembro último, abrilhantaram as plataformas virtuais com a apresentação de trabalhos vistosos e culturalmente enriquecidos. Artistas e produtores foram remunerados pela execução e realização de seus projetos.

Este ano, os movimentos culturais, cientes do montante de recursos alocados nos fundos municipais ligados à cultura (eles somam aproximadamente dois milhões de reais), exigem que editais sejam produzidos, visando atender os anseios da classe.

“Com o teatro municipal fechado e mais a proibição na realização de eventos pela cidade, em função do cenário pandêmico, resta aos movimentos aguardar ações por parte do poder público, para que recursos cheguem até os artistas. A expectativa é que editais propondo a realização de projetos virtuais entrem na pauta da atual gestão”, conclui o ofício.