A busca por atendimento no Hospital Regional Antônio Dias virou caso de Polícia para uma paciente de 49 anos na noite desta quinta-feira (10). Mesmo sendo levada por uma unidade do Samu, ela teve o atendimento negado pelo médico de plantão.  A equipe do Samu também não quis tirar a paciente de dentro no Hospital e um grande impasse se formou.

A paciente é Clélia Fátima Alves. Ela passou mal durante a noite e acionou uma equipe do Samu. O quadro apontava para um infarto ou princípio de AVC. A ambulância então se deslocou para o Pronto Socorro do Hospital Regional. Deitada em uma maca, Clélia foi levada para receber atendimento médico, mas o que se viu foi o início de uma situação dramática.

O médico do plantão recusou a paciente. Foram longos minutos de espera até que os profissionais do Samu decidiram tirar Clélia na maca e buscar um novo local para atendimento. “Eu fui recusada”, disse a paciente aos prantos e com muita dificuldade para respirar. “O médico não quis atender”, se revoltou.

De  volta com a paciente ainda dentro da ambulância, os profissionais do Samu foram informados que precisariam de um documento assinado pelo médico com a recusa. Como o plantonista não forneceu esse documento, eles então retornaram com a paciente para o interior do hospital. “Nem cinco minutos para atender ela, é a vida dela. Ela poderia morrer. É muita humilhação”, desabafou a acompanhante.

A esta altura a Polícia Militar já havia sido acionada e acompanhava de perto o caso. O foi passando e nada de atendimento. Depois de mais de uma hora sem assistência, outros parentes de Clélia foram chamados e decidiram levá-la em carro próprio para um hospital particular. A reportagem do Patos Hoje acompanhou passo a passo o drama vivido pela paciente.

A reportagem do Patos Hoje também tentou falar com o médico Carlos Rocha, que estava no plantão e que negou o atendimento. Ele disse que não poderia falar, mas que havia relatado toda a situação para a direção do Hospital Regional.

Segundo o tenente Fernandes, o médico Carlos Rocha, esclareceu que o hospital está superlotado, com seis pacientes em estado grave, chegando mais dois e um terceiro a caminho, sendo um paciente que caiu de uma altura de 9 metros e que precisaria de atendimento urgente. Segundo o policial, o médico explicou também que o motivo da recusa é que ainda não havia diagnóstico comprovado de que a paciente estava mesmo com AVC ou Infarto.