Érico Rodovalho - Delegado de Crimes Contra a Vida.

É preciso sempre ter muita cautela para falar em suicídios. O tema envolve muita dor e sofrimento para a família deixando marcas difíceis de se apagar. Mas com o intuito de alertar e ajudar a salvar vidas, o Patos Hoje resolveu falar sobre o número crescente de casos em Patos de Minas. Enquanto em todo o ano de 2015 foram registrados 14, apenas nestes cerca de seis meses já foram 18 mortes.

De acordo com o Delegado de Crimes Contra a Vida, Érico Rodovalho, o número é considerado bastante alto. Ele esclareceu que, em todos os casos de suicídio, as vítimas são levadas para o Instituto Médico Legal para ser constatada a causa da morte. A partir daí, um inquérito é aberto para apurar os motivos do crime e se realmente foi suicídio.

Se for comprovado o suicídio, o inquérito é descartado. Além dos 18 suicídios, também houve várias tentativas. Do dia 22, até esta terça-feira (26), foram três suicídios e pelo menos mais duas tentativas. Um rapaz que tentava pular da ponte sobre o Rio Paranaíba foi salvo pelos moradores. No presídio, os agentes penitenciários também salvaram um detento que tentava se enforcar.

O delegado informou que, no caso das tentativas, não são abertos inquéritos pela Polícia Civil para apurar, mas ele alertou que este número também é muito grande. O policial relatou que os principais meios usados para se tirar a vida são por enforcamento ou envenenamento. E os motivos também estão se tornando cada vez mais fúteis.

Segundo Érico Rodovalho, a principal causa é a doença da depressão. No entanto, motivos passionais como brigas de namorados também vêm acontecendo com frequência. E os autoextermínios realmente vêm crescendo nos últimos anos em Patos de Minas. Em 2013, foram dez suicídios. Já em 2014 foram 11; 2015 quatorze mortes e, nestes primeiros meses de 2016, os assustadores 18.

No início deste ano, o Patos Hoje publicou uma matéria em que o psicólogo Esequias Caetano, esclarecia e orientava a sociedade a ajudar quem estaria a ponto de se matar. O trabalho fala dos fatores que aumentam os riscos de uma pessoa se suicidar, mostra o que se deve fazer para salvar uma pessoa em risco e o que não se deve falar para este indivíduo. Com as informações, familiares e amigos podem evitar o acontecimento de outros autoextermínios e salvar vidas. Leia mais!

Autor: Farley Rocha