Um áudio do prefeito Luís Eduardo Falcão relatando a situação da pandemia da Covid-19 em Patos de Minas viralizou nas redes sociais. O relato, que parece ter sido encaminhado para uma pessoa em particular, demonstra a gravidade do momento em que o município e a região estão vivendo, com os hospitais lotados e número crescente de pacientes graves.
“Cara, eu vou tentar resumir a gravidade da situação, a complexidade do que nós estamos vivendo. Primeiro que a doença de 2021, ela é outra. Não é mais aquela doença de 2020. Não afeta só que tem mais idade, quem tem comorbidade”, inicia o prefeito Falcão. Na sequência, ele relata o que viu no Hospital de Campanha durante as mais de três horas que passou no local.

“O que vi lá no Hospital é uma coisa assim muito muito preocupante. A gente fica muito impactado com aquilo e preocupado. Tem duas crianças no Regional, eu soube hoje. O Hospital de Campanha não é mais o Hospital de Campanha do ano passado. No ano passado tinha nove leitos de UTI, ficava com 20%, 30% de ocupação e, agora, ele está três vezes maior, tá lotado, tem paciente da região inteira precisando de vaga e nem se passasse para 100 leitos de UTI não ia ser suficiente para atender toda a demanda” diz o prefeito.

Falcão também reclama da falta de recursos. “Sem dinheiro, né, no ano passado o município recebeu R$ 27 milhões  para nove leitos de UTI, 20%, 30% de ocupação, esse ano veio zero, nós estamos fazendo milagre, contratando funcionários, vai entrar mais 50 lá agora, já vai para a segunda ampliação, os profissionais estão se desdobrando, estão cansados, traumatizados” diz o prefeito em outro trecho.

Falcão finaliza o áudio demonstrando toda a sua preocupação com o momento. “Negócio muito difícil, muito difícil mesmo. É Deus para ajudar a gente e a população entender a gravidade da situação. É inimaginável o que nós estamos vivendo” finaliza ele.

Até a tarde dessa terça-feira (09), Patos de Minas contabilizava 10.377 casos confirmados de Covid-19, 237 mortes e 211 pacientes internados, estrangulando os hospitais públicos e particulares com 262,5% de ocupação de leitos clínicos e 164,1% de ocupação de leitos de UTI. Isso indica que há pacientes nos corredores, em macas e sendo medicados em cadeiras, a espera de um leito.