O aumento no número de mortes causadas pela Covid-19 nos primeiros meses de 2021 está sobrecarregando o serviço funerário. E o problema não ocorre somente em Patos de Minas. O Brasil está batendo recordes seguidos de mortes e a alta demanda tem causada aumento de preços e até dificuldades para garantir urnas funerárias.

O empresário José Morais, do grupo São Pedro e Príncipe da Paz, disse que o setor está enfrentando uma demanda jamais vista na história. Ele atende também as cidades da região e explica que os pedidos de funerais para sepultar vítimas da Covid-19 não param de chegar. O pico de mortes pela pandemia aconteceu nesse final de semana.

Embora não tenha o reconhecimento da sociedade, as funerárias têm desempenhado um papel árduo e importante durante a pandemia. Segundo José Morais, coube às empresas funerárias convencer às famílias das vítimas de Covid-19 de que o enterro tem que ser feito de forma rápida, sem velório e com segurança para não contaminar outras pessoas.

“Sepultamento duas da manhã, três da manhã, meia noite, não tem hora para fazer. Nós temos que trabalhar 24 horas literalmente para atender os “Covid” a qualquer momento que ocorra, porque os hospitais não têm suporte para guardar os corpos até amanhecer o dia”, diz José Morais. Ele explica que os sepultamentos têm sido feitos durante a noite mesmo em cemitérios que não tem iluminação e debaixo de chuva.

José Morais explica que a cidade ainda não enfrenta problemas com espaços para sepultar os mortos. Embora o Cemitério de Santa Cruz já esteja lotado, o Cemitério Parque da Esperança ainda tem muitos espaços disponíveis. As famílias dos mortos pela Covid-19, no entanto, podem ir preparando o bolso. Com a alta demanda, os preços das urnas funerárias vêm sofrendo altas constantes.

Segundo José Morais, preços mais altos são apresentados a cada compra na indústria. Segundo ele, também já existe uma dificuldade para concluir os pedidos. Ele diz que comprou 20 urnas de uma distribuidora, mas a fabricante conseguiu entregar apenas metade do encomendado. Ele descartou o risco de faltar urnas, mas ressaltou o momento delicado que o país está vivendo.

“A população precisa encarar que isso não é um problema de autoridade, não é culpa de político, isso hoje não é um problema político, é um problema do ser humano.  É uma verdadeira guerra fria, tanto para os médicos na área da saúde, tanto para os atendentes, Samu, funerárias, não tem onde correr. Todos nós estamos na linha de frente com dificuldade. Isso cabe à população se conscientizar ... senão, pode ser um caminho sem volta”, finaliza o empresário.