Hospital Regional Antônio Dias

Uma reportagem do “Jornal Hoje em Dia”, com sede em Belo Horizonte, denunciou na última semana uma situação extremamente grave. De acordo com a notícia, os médicos do hospital estariam batendo o ponto e saindo do Regional, deixando os pacientes aos cuidados de estagiários. O fato estaria provocando mortes.

A reportagem do jornal que tem um alcance nacional denunciou que os pacientes do Hospital Regional “Antônio Dias Maciel” de Patos de Minas, que atende 32 municípios, estariam morrendo em cirurgias realizadas por estudantes e residentes de medicina. Os procedimentos estariam sendo feitos sem acompanhamento de um médico orientador.

A denúncia foi feita pelo coordenador do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde) Renato Barros, à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na quarta-feira (16). O caso será apurado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Uma funcionária, que pediu para não ser identificada por medo de represálias, contou na reportagem que o problema ocorre porque médicos concursados e plantonistas não cumprem a carga horária de trabalho no Hospital. "Eles chegam, batem o ponto e saem do hospital, deixando os pacientes sob cuidados de estudantes de medicina, muitos ainda no 5º período, e residentes. A maioria desses médicos faz isso por ter clínicas particulares em Patos de Minas", revela a mulher.

"Sei de casos de pacientes que morreram durante esses procedimentos (cirurgias) que não tiveram acompanhamento profissional. Se alguém não intervir, mais mortes vão continuar ocorrendo", disse a funcionária. No entanto, ela não soube precisar o número destas vítimas alegando que as causas das mortes variam de acordo com a complicação que surge durante estas operações. E isto impediria a realização de estatística.


Renato Barros - Coordenador do Sind-Saúde.

No ofício enviado à 2ª Promotoria de Justiça de Patos de Minas, o Sind-Saúde afirma que todos que trabalham no setor da farmácia do hospital não são qualificados e o número de funcionários é insuficiente para atender a demanda. Também faltam remédios no hospital.

A Assessoria de Comunicação do Hospital Regional informou, nesta segunda-feira (21), que as denúncias não eram de conhecimento da direção e que os fatos já começaram a ser apurados para saber se realmente é verdade. Renato Barros, no entanto, afirmou que isso já era de conhecimento da direção. Ele contou que já teve uma reunião com a direção do Hospital para tentar solucionar o problema. Barros contou que as denúncias foram levadas para o Ministério Público que também vai trabalhar na apuração das irregularidades.

Autor: Farley Rocha

Fonte: Hoje em Dia