Dr. Vander Alvarenga - diretor do Hospital Vera Cruz e Dr. Sérgio Piau - diretor do Hospital São Lucas.
Como adiantou o Patos Hoje na última semana, os dois hospitais conveniados com a Secretaria Municipal de Saúde para atender pacientes pelo Sistema Único de Saúde interromperam os atendimentos nesta segunda-feira (15). Eles reclamam uma dívida da Prefeitura Municipal de Patos de Minas de aproximadamente R$ 1 milhão.

A dívida é referente a atendimentos realizados pelos Hospitais São Lucas e Vera Cruz além do teto estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde. São procedimentos de emergência realizados desde dezembro do ano passado. Eles representam uma dívida de cerca de R$ 300 mil em atraso com o Hospital São Lucas e aproximadamente R$ 700 mil com o Hospital Vera Cruz.

Os diretores dos dois hospitais informaram que já tentaram negociar com a Administração Municipal de todas as formas, mas sem êxito. Diante disso, eles decidiram interromper os atendimentos pelo SUS. O Hospital São Lucas deixa de receber os pacientes encaminhados da UPA. De acordo com Sérgio Piau, a unidade chega a receber 10 doentes por dia.

O Hospital deixa de fazer cirurgias cardíacas, cateterismo e consultas ambulatoriais. De acordo com o médico Vander Alvarenga apenas os pacientes em situação de emergência serão atendidos pelo SUS. Os diretores dos dois hospitais alegam que a falta de pagamento compromete a situação financeira dos hospitais.

Como Patos de Minas atende pacientes de toda a região e possui serviços de alta complexidade, ultrapassar o limite de gastos é comum. Os hospitais esclarecem, no entanto, que todos os atendimentos são autorizados pela Secretaria Municipal de Saúde. “É o procedimento normal e todos os outros prefeitos sempre pagaram”, explicou Sérgio Piau.

O prefeito Pedro Lucas disse que boa parte desses atendimentos é de pacientes de outros municípios e que a Administração Municipal não consegue arcar com esse ônus. O Superintendente Regional de Saúde, Lindomar Babilônia, informou, no entanto, que a parcela referente aos pacientes de outros municípios já foi depositada pelo Governo do Estado na conta da Prefeitura.

Enquanto o impasse segue sem solução muitos pacientes vão ter que esperar um pouco mais para serem atendidos.

Autor: Maurício Rocha