Um livro enviado pelo Governo Federal para as escolas públicas tem causado uma grande polêmica. Profissionais de Patos de Minas criticaram algumas histórias do livro e resolveram recolher a obra. Um dos textos fala sobre um pai que pretendia se casar com a filha mais bela. Ela se recusa e ele lhe causa intenso sofrimento. A jovem acaba morrendo, sem ninguém para lhe salvar ou punir o agressor. O Ministério da Educação confirmou que vai recolher as obras de todas as escolas.
A diretora da Escola Municipal Maria Inez Rubinger de Queiroz, Silésia Pinheiro de Arvelos, informou que o Ministério da Educação enviou três livros com o título “E quem quiser que conte outra história... Enquanto o Sono não vem”, do autor José Mauro Brant. As obras vieram em caixas com outros livros no mês passado.
No entanto, a diretora informou nesta segunda-feira (19) que os professores avaliaram as histórias e entenderam que uma delas particularmente não era própria para os alunos. “A triste história de Eredegalda” fala sobre um rei que pretendia se casar com a mais bela das três filhas. Eredegalda se recusa e acaba sendo torturada pelo pai. Ela ficou sem alimentação e ainda foi trancada em uma torre.
A história mostra que as irmãs e a mãe não puderam fazer nada por Eredegalda porque estavam ameaçadas pelo rei. Por fim, a personagem acaba morrendo, sem a ajuda dos familiares. A diretora informou que a mensagem vai contra os valores da família e, por ser destinada a crianças de 6 a 8 anos, do 1º ao 3º anos escolares, os alunos poderiam ter uma visão distorcida da mensagem. “É a questão dos valores”, ressaltou.
O casal incestuoso, aquele formado entre membros da família, é algo contrário aos valores da sociedade e também da legislação brasileira. Outra situação é a violência doméstica transmitida pelo texto. Este é um dos problemas vividos pela sociedade de hoje e, em momento algum, houve a ideia de denunciar o agressor ou de lutar para pôr fim àquela situação.
A diretora contou que os livros seriam para ficar à disposição dos alunos nas salas de aula, mas resolveu recolhê-los porque não poderia saber ao certo como eles interpretariam a mensagem. Os profissionais também criticaram outra história do livro. “As nove filhas” mostra uma linguagem também imprópria, segundo a direção. Ele começa com a frase: “Era uma velha que tinha nove filhas”.
Silésia informou que outras escolas da cidade que receberam o livro também decidiram recolhê-lo. O caso chama a atenção porque os livros vieram do próprio poder público após passarem por uma avaliação de profissionais, podendo prejudicar o comportamento dos estudantes. O MEC decidiu que vai recolher os 93 mil exemplares do livro, justamente por causa da abordagem do incesto.
O caso serve de alerta para toda a sociedade. Textos, filmes, desenhos, vídeos, músicas e uma série de outros materiais disponíveis principalmente na internet podem moldar o caráter e os valores das crianças, levando-as a um comportamento nada adequado no futuro.
Autor: Farley Rocha
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