Edgar Pinheiro Ex-diretor da Ceasa.

Era para ele ter sido o réu, mas não foi o que aconteceu! O ex-diretor da CEASA Regional de Patos de Minas, Edgar Pinheiro Silva, tomou uma providência que deixou todos de boca aberta. O principal alvo das investigações de desvios de verbas públicas do CEASA entrou na justiça para receber verbas salariais da Prefeitura Municipal. O pior é que Edgar que chegou a confessar o crime pode receber antes mesmo de pagar pelo seu crime.

Na apresentação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI do Ceasa, na tarde desta sexta-feira (21), os parlamentares informaram que não há nenhum processo judicial contra ele. Porém, por incrível que pareça, o inverso é verdadeiro. Edgar está requerendo da Prefeitura verbas salariais que não foram pagas depois de sua exoneração. O processo foi distribuído para a 1ª Vara Cível de Patos de Minas no dia 17 do mês passado.

O autor da ação contra o município é o principal alvo das investigações e as provas são contundentes. O Secretário de Agricultura, Francisco Mendonça, foi um dos que o teria apontado como o responsável pelo desvio das verbas. Para confirmar sua autoria, Edgar ainda teria confessado para o delegado responsável pelo caso que teria desviado cerca de R$ 240 mil do Ceasa. No depoimento à Polícia Civil, ele disse que fez isso porque estava endividado.

Apesar de todas as provas, até o momento, Edgar é apenas autor e não réu. Os membros da CPI contaram que estão com medo de que uma situação de total reprovação aconteça. Eles contaram que não há nenhum processo do poder público contra o ex-diretor e isso poderia levar o suspeito a receber as verbas antes mesmo de ele fazer o ressarcimento aos cofres públicos do dinheiro que desviou.

Em julho, uma comissão administrativa concluiu, em um processo com cerca de 2500 páginas, que foram desviados do Ceasa R$ 235.523,81 que corrigidos para o mês de junho somariam R$ 276.794,91. Uma ação de cobrança da Prefeitura contra Edgar era para ter sido interposta, no entanto, os vereadores disseram que não existe qualquer ação judicial contra o acusado. De acordo com o controlador do município, Rodolpho Gomes, todo o processo foi encaminhado para a Procuradoria do Município que ficou encarregada de tomar as demais providências.

Autor: Farley Rocha