Vários apagões seguidos deixaram moradores de Patos de Minas preocupados na noite dessa segunda-feira (07). Nesta terça-feira (08), a CEMIG explicou que os piques de energia foram realizados intencionalmente para garantir a continuidade do atendimento. Moradores relataram até 6 piques de energia seguidos na cidade.

As quedas de energia não atingiram só a região central. No Bairro Nova Floresta e Novo Horizonte, houve relato de 6 piques de energia seguidos. Alguns contaram que as falhas já aconteceram em outros dias. Além de ficar sem energia, os moradores temem que aparelhos elétricos sejam danificados. “Por aqui já tivemos problemas com geladeira, interfone e portão eletrônico”, disse uma moradora,

De acordo com a Assessoria de Comunicação da CEMIG, os piques de energia registrados na noite de ontem (7) em parte da cidade de Patos de Minas foram realizados por necessidade operativa do sistema elétrico. A companhia ainda afirmou que esse procedimento de rotina visou remanejar o fornecimento entre os circuitos elétricos e garantir a continuidade do atendimento aos clientes. A CEMIG não afirmou o motivo da operação, mas seria devido à diminuição na produção de energia elétrica, principalmente pela escassez de chuva.

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já anunciou que a bandeira tarifária será vermelha, patamar 2, neste mês de outubro. A sinalização demonstra que haverá cobrança complementar na conta de luz para os consumidores de energia elétrica conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Na bandeira vermelha patamar 2, serão cobrados R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Os fatores que acionaram a bandeira vermelha patamar 2 foram o GSF (risco hidrológico) e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) que foram influenciados pelas previsões de baixa afluência para os reservatórios das hidrelétricas e pela elevação do preço do mercado de energia elétrica ao longo do mês de outubro.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.

Segundo a ANEEL, com as bandeiras tarifárias, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta. Pela regra anterior, que previa o repasse somente nos reajustes tarifários anuais, o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um sinal para reagir a um preço mais alto.

A ANEEL reforça a importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica, mesmo em períodos favoráveis. A economia de energia contribui para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do setor elétrico como um todo.